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Destaque Quitandas e a volta aos tempos românticos Thiago Schwartz


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sábado, outubro 31, 2009

O pequeno príncipe de cada um

*Thiago Schwartz | www.twitter.com/perereco

Essa semana comecei a ler O Pequeno Príncipe. Confesso que tinha certo preconceito contra esse livro, mas li. Devorei metade do livro em alguns minutos, e não pararia, não fosse o sono daquela quase madrugada.

O jeito como Saint-Exupéry escreve é algo de extraordinário. Frases curtas, diretas, mas ao mesmo tempo lúdicas, que nos fazem desdobrar as milhares de possibilidades de cada uma. A impressão é que, cada vez que lermos o livro, imaginaremos cenas totalmente diferentes, de tantas nuances possíveis para o pensamento conhecer.

De repente, consegui entender o que atrai tanto nesse livro: A simplicidade. Os fatos, por mais surreais, foram narrados com uma simplicidade tanta que os tornam corriqueiros, como se fizessem parte de nossas vidas há tempos, e só não nos damos conta disso por estarmos ocupados demais com nossas próprias visões de realidade.

Essa simplicidade faz com que nos aproximemos do personagem, e comecemos a enxergar a narrativa sob outra perspectiva. O princepezinho deixa de ser apenas um pedaço do livro e passa a ser uma espécie de companhia, como um amigo que viaja conosco através da história.

E é essa simplicidade que nos faz pensar. Talvez a vida seja mesmo simples, e as preocupações que impomos sobre ela acabam por nos impedir de enxergar o que há de realmente importante. Resolver problemas, ganhar dinheiro e pagar contas são coisas importantes sim, mas são apenas meios, não metas. Muita gente faz disso um objetivo e aos poucos vai esquecendo o pequeno príncipe de cada um, que está lá no asteroide, olhando a vida de cima, à espera de uma chance de descer e pedir um desenho de carneiro.

Sempre tive como livro favorito O Apanhador no Campo de Centeio. Caulfield e sua ranzinzice sempre foram parte importante na minha formação pessoal e pseudo-literária. Mas a partir de hoje, além de ter que cuidar de sua irmãzinha Phoebe, Holden terá a companhia de um garotinho loiro, de olhos verdes, que tem medo de baobás e revolve vulcões.

sexta-feira, outubro 30, 2009

Curriculum Vitae

*Camila Rufine | www.twitter.com/camilarufine

O inverno ainda nem ameaçou começar, e já fui obrigada a decidir que não vou estudar até que o último floco de neve derreta. E não é só por causa do medo do frio de -35 graus. Além do fator térmico, existe o geográfico: a universidade mais próxima fica há mais ou menos uns 30 quilômetros (não sei exatamente nenhuma medida de peso, comprimento ou volume aqui. Tudo eu multiplico ou divido por 2 e adiciono o 'mais ou menos' na frente) e minha host já disse que não me deixa dirigir na neve, já que nem ela tem coragem.

No entanto, o tempo não para de passar e faz um mês e meio que estou aqui, me preocupando se vou atingir meu objetivo principal: dar um up no currículo, que continua tão pobre como estava antes de eu embarcar. Nem posso colocar nele que meu inglês é fluente, pois ainda me comunico como os índios dos filmes. Mim quer isso, você pegar aquilo. Pode ser que eu nunca venha a falar ingles fluentemente.

Será que para uma vaga como jornalista ou secretaria executiva, vale incluir nas habilidades algo como saber disfarçar ervilha no meio do morango? Ou então, poder trocar perfeitamente a fralda de uma criança que se contorce como se estivesse pegando fogo?

quinta-feira, outubro 29, 2009

Bruno Senna: um novo Christian Fittipaldi? Um novo Nelsinho Piquet?

*Eduardo Daniel | www.twitter.com/eduardosdaniel

Em 2006, quando ainda fazia parte da redação do Jornal O Esporte, quase fui esquartejado em praça pública. Tudo porque questionei se Felipe Massa, recém contratado como piloto titular da escuderia Ferrari, seria o novo Rubens Barrichello. Escapei ileso daquela, eis de escapar são e salvo desta também.

Para deixar bem claro, não comparava o talento de um com o talento de outro. Muito menos a personalidade de Massa e Barrichello. Massa estreou na Sauber em 2002, no ano seguinte foi piloto de testes da Ferrari. Em 2004 e 2005 voltou para a Sauber, até que, finalmente em 2006 assumiu a titularidade na equipe italiana.

A expectativa criada em torno da possibilidade de finalmente o Brasil poder ter novamente um campeão mundial de Fórmula 1 deixou a todos eufóricos. Talvez por isso, eu, ao dar ouvidos ao ácido tio Bartolomeu, corri um sério risco de ser linchado no meio da rua.

Passaram-se três anos e até agora o título não veio. A Rede Globo segue nos fazendo crer que ele vira. Mas, amigos, espero que esteja errado, tudo indica de que minha profecia pode tornar-se verdadeira e irreversível. Com Fernando Alonso na Ferrari e o Banco Santander patrocinando a escuderia da velha bota, Massa tem tudo para ser jogado para escanteio.

Pior, no entanto, do que aconteceu com Rubinho que teve a árdua missão de substituir Ayrton Senna como o piloto brasileiro na Fórmula 1, é carregar um sobrenome campeão na categoria.

Nelsinho Piquet é nosso exemplo mais recente. Nosso Macunaíma às avessas (leia mais, aqui). Chegou à Fórmula 1 carregando uma dose inebriante de saudosismo. O mesmo nome e o sobrenome do vitorioso pai. Deu no que deu: em nada! (Que o futuro queime a ponta de meus dedos...).

Entre 1991 e 1994, Christian Fittipaldi, sobrinho do bi-campeão da Fórmula 1, Emerson Fittipaldi, correu pelas equipes Minard e Arrows. Com um desempenho medíocre, Christian conseguiu como melhores resultados um sexto lugar e duas quartas colocações.

Agora é outro sobrinho que aparece para a Fórmula 1: Bruno Senna, contratado pela estreante Campos (segundo a revista alemã Motorsport Magazin e o site globoesporte.com). Seu tio, todos sabem, é Ayrton Senna (que se recusou a dar um autógrafo para o então garotinho Felipe Massa, aos oito anos, quando corria de kart).

O problema todo não está no talento ou na personalidade do piloto de 26 anos que vai debutar na Fórmula 1. Para ele, o sobrenome pode até não pesar sobre os ombros, mas para os fãs de automobilismo, até semelhanças físicas entre Bruno e Ayrton serão procuradas à exaustão.

Sou saudosista e confesso ter vibrado com esta notícia. Embora a porta pela qual Bruno Senna vai entrar na Fórmula não seja lá das melhores. A questão, no entanto, é ver como vai se comportar Galvão Bueno e sua trupe na lavagem cerebral que fazem aos milhões de brasileiros nos domingos de corridas pela tv.

Se os globais criarem expectativas em demasia, Bruno Senna não suporta três temporadas na Fórmula 1. Se jogarem limpo, se lembrarem que sobrenome não significa nada, Bruno Senna pode sim ser brindado com um futuro brilhante.

Talento pode até ser hereditário, mas sorte, trabalho duro e oportunidades, não. Ademais, a Fórmula 1 não é mais a mesma dos tempos de Ayrton Senna (três pontinhos).

A dança


Autor: Tiago Tavares | www.twitter.com/tavarestattoo
Site: http://tavarestattoo.blogspot.com

quarta-feira, outubro 28, 2009

Evite ser loura

*Camila Rufine | www.twitter.com/camilarufine

— Você não parece nada com brasileiros.

Depois de ouvir essa e outras 20 variações dessa frase - em inglês, of course - e de responder "todo mundo me diz a mesma coisa" e suas tantas variantes, decidi que quando eu for fodona e tiver poder de persuasão sobre o mundo inteiro, sobretudo os americanos, escreverei um belo texto sobre o Brasil. Você sabe, só para lembrar a todos que temos bananas sim, mas não só isso.

Salientar que nem tudo é Amazônia. Que temos inverno em algumas regiões. Sabemos o que é eletricidade, internet wireless, disk entrega e shopping center. Conhecemos lavadora louça e carros automáticos. Que não jogamos só futebol. Não dançamos só samba. E que temos gente alta e loura também, oras bolas.

Acontece que eu ainda não sou fodona. Tampouco sou capaz de escrever um texto e passar para o inglês em qualquer tradutor online e mandar um spam assinando Paulo Coelho, por exemplo, que é brazuca e faz um sucessão por aqui. Não tenho coragem mesmo essa receita sendo infalível, como comprovei hoje ao ver na minha caixa de entrada três e-mails encaminhando o texto "Evite ser traído", atribuído falsamente a Arnaldo Jabor.

Não tenho prova nenhuma para afirmar a falsidade ideológica e nem sequer consegui ler um parágrafo inteiro do tal e-mail. Mesmo assim penso que as chances de Jabor escrever e publicar um texto tão feminista e clichê são as mesmas da heterossexualidade voltar a ser moda.

O jeito é pintar o cabelo. Ou mentir a nacionalidade. Mas isso também seria falsidade ideológica, não é mesmo?

terça-feira, outubro 27, 2009

Os irmãos Dean e Sam Winchester

*Kellen Baesso | www.twitter.com/kellenbaesso

Fantasmas, objetos mal-assombrados e seres sobrenaturais frequentam cada episódio desta série protagonizada pelos irmãos Sam e Dean Winchester. A série não poderia ter outro nome: Supernatural (Sobrenatural aqui no Brasil). Confesso que nos primeiros episódios a série não me fisgou, mas como sempre dou uma segunda chance, ela conseguiu me viciar. Além da ótima trilha sonora, as tramas cheias de mistério e suspense agradam.

Dean e Sam perderam a mãe quando crianças. Sam era apenas um bebê. As circunstâncias da morte foram extremamente sinistras: a mãe pegou fogo no teto do quarto do pequeno Sam. Desde então o pai, John, dedica sua vida procurando o que causou a morte da esposa e na procura, caça várias criaturas de existência desconhecida pela grande maioria das pessoas. John treinou os filhos para também lutar contra essas criaturas.

Depois da morte da mãe e de algumas aventuras com o pai, os irmãos, agora adultos, seguem suas vidas. Dean continua com o pai, ajudando-o na caçada e Sam decidiu cursar a universidade, frequenta as aulas em Stanford. Isso até o pai dos garotos sumir.
O desaparecimento do pai uniu os irmãos Winchester novamente e para encontrá-lo Dean e Sam viajam todo o país, dirigindo um Chevy Impala preto de 1967.

Cada episódio revela uma criatura diferente. Os irmãos investigam ocorrências sem explicação, geralmente, baseadas em crença popular, mitos e lendas urbanas dos Estados Unidos. Além dos já conhecidos vampiros, lobisomens e fantasmas.

Algo que chama bastante a atenção na série são as músicas que embalam as viagens dos irmãos, entre os artistas que compõem a trilha sonora estão Ozzy Osbourne, Metallica, Black Sabbath, Kansas, The Rolling Stones, Rush e AC/DC.

A primeira temporada tem 22 capítulos. Jared Padalecki, o eterno Dean de Gilmore Girls, e Jensen Ackles, que viveu Jason em Smallville, são os protagonistas da série exibida na TV aberta pelo SBT de segunda a sexta-feira às 21h15.

sexta-feira, outubro 23, 2009

Lula quer o Oscar

*Eduardo Daniel | www.twitter.com/eduardosdaniel

Quando Lula entrar em seu apartamento pela primeira vez como ex-presidente da República, vai olhar para trás e contemplar momentos de pura realização. É bem provável que – respeitemos o exercício de futurologia desde escrevedor – Lula peça para Marisa uma flanela nova e pela enésima vez lustre a estatueta do Oscar resplandecente em sua estante.

Homem de sorte como poucos, vai ver passar em parcas lembranças as turbulências de “mensalão” que o assombraram nos primeiros anos de governo. O pernambucano saiu ileso, blindado e fortalecido do episódio. Para os correligionários, Lula parece ter um santo forte. Para os opositores, Lula deve ter feito um pacto com o “coisa ruim”.

Pois o antigo sindicalista de defesas briosas dos trabalhadores, depois de passar pelas mais inesperadas transformações, ao ponto de, se aliar aos ex-opositores e decepcionar os ex-seguidores, conquistou o direito de o Brasil sediar a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas 2016.

Certamente nos velhos e bons tempos, Lula seria contra tudo isso. Agora, passado esses anos todos de jantares regados a goles inesgotáveis de poder, Lula quer mais. Lula quer o Oscar!

Nascido com o traseiro apontado para a Lua de Garanhuns, a Suíça Pernambucana, quem é capaz de duvidar que Lula não acabe realmente conquistando o prêmio maior da academia norte-americana de cinema?

O filme “Lula, o filho do Brasil”, estreia aqui em janeiro no próximo ano, mas já causa frenesi nos Estados Unidos. O diário The Miami Herald dedicou, conforme o blogue Mídia Mundo, mais de meia capa ao presidente brasileiro e antecipou que a película promete casa cheia.

Enquanto isso, o povo rebola para sobreviver. Tem que ser meio jogador de futebol para driblar os “pobrema”, atleta olímpico para correr de bandido e ator de cinema fazendo papel de palhaço.

É o Brasil, que nos deixa com vergonha de defender e ao mesmo momento de atacar. Com vergonha de declarar amor, mas também com vergonha de admitir ódio.

É o Lula, o presidente que os ricos acusam de só olhar pelos pobres e os pobres acusam de só olhar pelos ricos.

quinta-feira, outubro 22, 2009

Segura, tchê!


Autor: Tiago Tavares | www.twitter.com/tavarestattoo
Site: http://tavarestattoo.blogspot.com

terça-feira, outubro 20, 2009

Nelsinho Piquet é Macunaíma às avessas

*Eduardo Daniel | www.twitter.com/eduardosdaniel

Durante o final de semana do Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1 deste ano, Nelsinho Piquet participava de um torneio de kart em Mônaco. Nem por isso a torcida brasileira presente em Interlagos esqueceu do ex-piloto da Renault que confessou ter batido propositalmente durante a corrida de Cingapura, em 2008, para beneficiar seu então companheiro de equipe, Fernando Alonso.

— Nelsinho, “fiado”! Nelsinho, “fiado”! – era o adjetivo mais usado pela turba ignara a cada vez que um torcedor desfilava com um boné ou camiseta da Renault ou a rádio ambiente no circuito mencionava o nome de Nelsinho.

Como justiceiros sedentos por vingança, os brasileiros bradam aos quatro cantos, ensurdecedores gritos por honra, caráter e honestidade. De uma hora para outra, este mesmo povo que ultrapassa pela direita, fala no celular enquanto dirige, guia seu veículo embriagado, joga lixo pela janela do automóvel, suborna quem aceita seu suborno, fuma aonde não deveria fumar, estaciona aonde não deveria estacionar e procura meios de burlar as leis, as normas e as regras, arvorou-se em defensor da ética e dos bons costumes.

Longe de mim querer defender Nelsinho Piquet, mas muitos daqueles que “elogiavam” o piloto, na noite anterior se esbaldaram em boates longe dos olhos das esposas e dos filhos.

Superficialmente dá a impressão nítida de que o brasileiro mudou e não tolera mais deslealdade nem desvios de conduta. Ledo engano. E se Nelsinho Piquet, ao bater propositadamente em Cingapura, tivesse, mesmo que sem querer, beneficiado Felipe Massa, qual seria o comportamento do torcedor brasileiro?

Um banho de mar gratuito na praia de sua preferência se acertar!

Nelsinho Piquet seria homenageado efusivamente em Interlagos. Não faltariam faixas bem humoradas para agradecer o anti-herói tupiniquim. O brasileiro em matéria de caráter ainda é muito centrado no que diz respeito ao bem de seu próprio umbigo e nada mais. Pode até ser solidário na hora da desgraça, mas é capaz de qualquer jeitinho para se dar bem.

Não precisemos dar muitas voltas em um bólido de Fórmula 1 para encontrar um exemplo da clara aplicação da Lei de Gerson nesta que é a categoria do automobilismo preferida dos brasileiros. Alguém, por um acaso, ao reclamar que Rubinho Barrichello entregou várias vitórias no colo do companheiro Michael Schumacher cita o prejuízo causado aos adversários diretos do alemão na peleja pelo título do mundial de pilotos? Não. O brasileiro reclama, sim, porque não foi Rubinho o beneficiado.

You know you love me

*Kellen Baesso | www.twitter.com/kellenbaesso

Gossip Girl here, your one and only source into the scandalous lives of Manhattan's elite – essa é a frase de abertura dos capítulos da série Gossip Girl, produção baseada nos livros de Cecily Von Ziegesar. GG, como é chamada pelos fãs, apresenta o dia a dia de jovens estudantes ricos, como Serena van der Woodsen, Blair Waldorf, Chuck Bass e Nate Archibald. As garotas estudam na Constance Billard e os garotos em St. Jude’s.

Serena já aprontou muito em seus anos de vida. Seus dias e noites eram regados a drogas, sexo e muita loucura. Ela se manteve longe por um tempo e voltou ao Upper East Side depois de descobrir que seu irmão, Eric, havia tentado suicídio.

Claro que como toda trama que envolve a alta sociedade, esse ‘incidente’ foi abafado. Antes de sair da cidade Serena fez algo ‘repugnante’, que a fez pensar melhor sobre o modo como levava a vida. Ela transou com o namorado da sua melhor amiga, Blair. E essa relação foi abalada pela falta de contato e pela traição descoberta mais tarde. No entanto, o laço que une essas duas amigas é inquebrável, balança, mas não desata.
Blair é venenosa, a Queen B. está sempre competindo com Serena por popularidade. Não mede esforços para conseguir o que quer. B. joga muito sujo.

No início da trama namorava Nate, o traidor, mas no desenrolar da série se apaixona pelo cafajeste Chuck. Chuck é hilário, com seu jeito canalha canta todas as mulheres e, na grande maioria das vezes, as conquista. Chuck usa e abusa de sua influência e grana para conseguir as coisas e também se apaixona por Blair, mas o fato de não ter recebido carinho em toda sua vida, torna esse sentimento muito difícil de demonstrar e até de se aceitar.

Nate é um riquinho mandado pelos pais, não gosta realmente de Blair, mas a namorou por muito tempo por pressão dos pais. Atleta, popular, Nate não sabe o que quer para si e sofre um drama familiar. Seu pai usa drogas para esquecer dos problemas financeiros, posteriormente é preso, sua família perde tudo e ele se vê dependente de seu avô materno.

A parte ‘pobrinha’ da série fica por conta de Dan, Jenny e Rufus Humpfrey, além da ex-namorada de Dan, Vanessa Abrams. Dan não é popular na escola (St. Jude’s) já é de se imaginar a razão, é pobre. Muito inteligente, sonha em cursar Yale. Desde o início da adolescência é apaixonado por Serena. Após conquistar a jovem rica, fica mais visado nas fofocas da escola. Jenny sonha em ganhar popularidade, se espelha em Queen B. e Serena e até chega a destronar a mestre em popularidade. Mas quando vê a realidade, deseja mudar tudo na hierarquia social da escola. A mãe de Serena e o pai de Dan e Jenny foram namorados no passado e ainda nutrem a paixão um pelo outro.

Todas as confusões, tramas, dramas, planos maquiavélicos da história são acompanhados de perto por uma ‘fofoqueira anônima’ chamada de Gossip Girl, ela entrega todos os podres da galera através de seu blog – Gossip Girl. A personagem não aparece nos episódios, apenas sua voz. As narrações são feitas pela atriz Kristen Bell, que viveu a personagem principal de Verônica Mars.

Na atual terceira temporada alguns dos protagonistas estão na faculdade. Blair e Dan estão bem longe do que gostariam, Brown e Yale não foram possíveis e eles cursam a NYU. Serena foi selecionada para Brown, mas não tem certeza do que quer ainda e decidiu trancar por um ano, mas será que com a forte pressão da mãe, ela vai continuar longe da faculdade? Lily van der Woodsen já prometeu um grande duelo contra a filha.

Falando em Lily, ela e Rufus estão morando juntos e agora os ex-pobrinhos Humpfreys vivem no Upper East Side. Jenny é a nova rainha da Constance Billard e até aqui não conseguiu exercer a mudança de hierarquia. Blair e Chuck estão felizes juntos. Dan e Serena com novos amores, mas isso são assuntos para novos posts, essa terceira temporada promete!

Fechando de acordo com a série: You know you love me, XOXO!

quinta-feira, outubro 15, 2009

Liberdade, liberdade


Autor: Tiago Tavares | www.twitter.com/tavarestattoo
Ano: 2007
Site: http://tavarestattoo.blogspot.com

quarta-feira, outubro 14, 2009

Olha o esquilo!

*Camila Rufine | www.twitter.com/camilarufine

Passada mais de uma semana na casa dos meus hosts, já coleciono algumas táticas de ludibriação infantil.

Para quem ainda não sabe, sou Au Pair de dois garotos. Um de um ano e sete meses e outro de quatro meses. O mais velho só diz algumas palavras monossílabas (ainda assim incompletas), mas é muito ativo e entende tudo o que você diz – tanto que já temos que usar com ele o artifício da soletração. O mais novo é muito desenvolvido para a idade, mas só faz chorar, sorrir, mamar, sujar fraldas, querer colo e dormir.

Cuidar de duas crianças em momentos tão diferentes está sendo mais difícil do que imaginei. Quando o mais novo está calmo no meu colo, vem o mais velho fazer birra (a la novela mexicana, com direito a se jogar no chão e tudo), e vice versa. Eu pensava que estava imune a esse drama, já que ajudei durante alguns meses duas educadoras a monitorar mais de 20 crianças, de uma só vez, na creche na qual fui voluntária. Tolice.

Maldita a hora que, na entrevista por telefone com os hosts, tentei ser a engraçadinha conhecedora dos ditos americanos e disse que achava que cuidar dos dois seria ‘piece of cake’.

Mas nem tudo está perdido e estou exercitando meu poder de copiação. Com o menino mais velho, pelo menos.

Um dia, enquanto tomava meus cereais no café da manhã, ele cismou que não queria mais o café da manhã dele e, sim, o meu. O pai dele olhou para mim e me ensinou o truque: pegou o pedaço de maçã do prato do menino e fingiu que tirava da minha tigela de cereais. O menino viu toda a cena, mas foi o suficiente: deduziu que eu estava comendo o mesmo que ele e terminou a refeição sem mais um 'a'. Agora, todo café da manhã é a mesma história, e ele sempre cai.

Já para os momentos de manha, quem me ensinou o truque foi a avó dos meninos. Um dia ela estava aqui me ajudando a familiarizar com os hábitos da casa e novamente o garoto mais velho começou um episódio de birra gratuita. Ela só gritou ‘Look at the squirl, boy!’. Foi como presenciar um milagre. O rosto deixou de ficar vermelho, as lágrimas secaram e ele foi correndo apontar para a rua, gritando 'uh, uh, uh' (ele só usa esse linguajar quando vê três coisas: caminhões grandes, balões de gás hélio e esquilos).

Aqui, aonde estou morando, você cruza com uma dúzia de esquilos a cada volta no quarteirão. Isso faz o artifício ter validade, pois as probabilidades são altas de que, na hora exata em que eu disser ‘olha o esquilo!’ realmente haja um na rua.

Fico pensando o que será de mim quando essas táticas perderem o efeito. Só saberei realmente do que sou capaz quando for obrigada a inventar meus próprios artifícios de distração. Mas ontem a avó do menino me deu outra dica: ele gosta mais de coelhos do que de esquilos.

terça-feira, outubro 13, 2009

SC tem muito a ganhar com a Copa e as Olimpíadas

*Eduardo Daniel | www.twitter.com/eduardosdaniel

A maioria dos catarinenses ainda não se conforma com o fato de Florianópolis ter ficado de fora da Copa do Mundo de 2014 e, a escolha do Rio de Janeiro para sediar as Olimpíadas de 2016 parece ter reaberto as feridas mal cicatrizadas dos barrigas-verdes. Não podemos, no entanto, fechar os olhos para os lucros que Santa Catarina ainda pode obter com os dois maiores eventos do planeta.

Com a economia pujante, forte e sólida, Santa Catarina é uma marca consolidada em todo o território nacional. Os produtos, serviços e tecnologia aqui desenvolvidos e ofertados para as demais unidades federativas da nação, enchem os olhos dos compradores.

O Pan-Americano na capital fluminense em 2007 já deu provas do poderio estadual nos negócios envolvendo a construção dos centros esportivos. O Estado sulino vendeu desde impermeabilizantes para as piscinas, cadeiras para os ginásios e estádios, até copos e pratos descartáveis.

Quando as obras para a Copa do Mundo iniciarem, nossas rodovias e portos assistirão a um verdadeiro desfile de produtos para as cidades-sedes (ganham as transportadoras, os postos de combustíveis, as borracharias, as oficinas mecânicas, etc). Produzimos aqui, com excelência e qualidade de primeiro mundo praticamente tudo o que vai ser necessário: cerâmica, canos, metais, tintas, plásticos e, entre outros, alimento.

Nosso Estado tem os maiores índices de educação do país, o povo é extremamente acolhedor, as paisagens são ímpares. Cabe a divulgação e o convite para que os estrangeiros nos visitem. Estaremos, afinal de contas, entre duas sedes da Copa e, certamente, muito torcedor vai cruzar nosso estado por terra.

Santa Catarina vai ganhar muito com a Copa e as Olimpíadas. Basta descruzar os braços e seguir o trabalho. O caminho está certo e o futuro é promissor.

domingo, outubro 11, 2009

House, um médico irreverente

*Kellen Baesso | www.twitter.com/kellenbaesso

Geralmente quando ouvimos um grande número de pessoas comentarem sobre algo significa que aquilo é bom. Veja bem, eu disse geralmente. Eu costumo acatar as sugestões das pessoas e uma sugestão que não me arrependo de ter escutado foi com relação à House. A atração está em sua sexta temporada – aqui no Brasil ela ainda não começou, mas os espectadores dos Estados Unidos assistiram ao quarto episódio na última segunda-feira – e todas são excepcionais.

Em cerca de seis meses eu assisti a todos os episódios das cinco temporadas veiculadas. É um vício, um vício bom. É incrível como um personagem emburrado, ranzinza, sarcástico e, muitas vezes, maléfico, possa encantar e conquistar tantas pessoas. Mas House também possui um lado cômico, marcado por um humor, muitas vezes, infantil – atazanando, se metendo onde não deve, falando verdades em horas, por vezes, indevidas.

Gregory House é um médico que tem vergonha de sua perna “defeituosa”, não veste jaleco porque não quer que os pacientes vejam um médico doente. House é um gênio em diagnósticos, engana-se, atropela-se, mas sempre descobre o que há de errado, mesmo quando já não é possível salvar o enfermo.

Outra característica da série é o fato de House ser “viciado” em Vicodin, um medicamento que controla as dores em sua perna direita, operada anos antes devido a uma necrose muscular, o procedimento foi mal sucedido, deixando o médico com constantes dores.

Cada episódio tem um caso clínico distinto, com começo e fim. Mas a trama no hospital Princeton-Plainsboro segue de um episódio para o outro. É genial como tudo se desenrola e como os enredos prendem o público – confesso que já assisti cinco episódios em um dia, um atrás do outro.

“Ele pode ser teimoso, ranzinza e metido. Mas não lhe falta carisma. Dr. House conquistou os brasileiros: é a série mais assistida do Brasil em TV por assinatura, segundo o Ibope. A pesquisa foi divulgada pela coluna Seriais do jornal O Globo”, trecho retirado do Blog do House.

Então fica a dica: assistam House!

quinta-feira, outubro 08, 2009

Nada escapa à arte

*Deyse Zarichta | www.twitter.com/deysezarichta

Nada escapa à arte. Nada escapa à rapidez da arte. Você pensa em um tema qualquer e descobre que ele já existe em algum lugar. Já é um filme assistido, resenhado e criticado antes mesmo de ser lançado.

Quando o tema é bom e rende será reciclado e resgatado por várias gerações. Amor e guerra, por exemplo, ou guerra sem amor – mas isso nem sempre chama muito a atenção da audiência –, ou amor em meio a guerra.

É clássica a cena de Ingrid Bergman em ‘Casablanca’, a mocinha apaixonada com cara pensativa enquanto escuta ao piano: “You must remember this, a kiss is just a Kiss”.O filme tornou-se clássico pela originalidade: foi a primeira vez em que um casal não pôde ter seu final feliz em Hollywood. A guerra os separa.

É o que se espera da arte,que ela supreenda-nos.Mesmo quando o tema já foi remoído por gerações. A lista dos filmes anti-nazistas ultrapassava 365 nomes já durante o Terceiro Reich.

Dia 9 de outubro estreia mais um filme com o tema anti-nazista: “Bastardos Inglórios”.

O melhor de tudo é que Bastardos Inglórios é mais do que um filme com o belo engajamento anti-nazista, se fosse só isso chegaria perto de ser obsoleto ou,no mínimo,arquetipado. Ele vai um pouquinho além – além de ser um filme de tema anti-nazista, o próprio cinema como arma anti-nazista é também tema.

A mocinha francesa escapa de um coronel nazista após a execução completa de sua família pelo mesmo, troca de identidade e torna-se proprietária de um cinema — além de ser a mocinha do filme, ela é a ‘mocinha dos filmes’ no filme.

A mocinha, que planeja uma vingança – uma daquelas super-vinganças femininas-tarantinescas – terá seu destino cruzado ao esquadrão de Raine (Brad Pitt) que já tem sua própria atriz aliada à missão de aniquilar nazistas.

Hoje qualquer vídeo sobre tortura é escancarado para o mundo tão logo é gravado. Durante o Holocausto a coisa era um pouquinho mais complicada. Créditos à Hollywood pelo sucesso em mostrar a verdade ao mundo.

A relação cinema e nazismo evidencia uma importante face da arte: o artista pobre de espírito une-se à parte podre da história — Leni Riefenstahl, atriz alemã, tornou-se cineasta de Hitler após ter frustrado seu sonho de ser atriz em Hollywood. O artista verdadeiro não se enfurece, nem mesmo quando tem seu símbolo roubado — ou você acredita mesmo que aquele bigodinho do Führer era original? — Charles Chaplin já era o comediante mais famoso do mundo quando teve seu bigode 'roubado' por Hitler, numa tentativa de marcar seu rosto para o mundo.

Com isso Chaplin pôde facilmente fazer a melhor sátira do cinema em “O grande ditador”, ele interpreta 'Adenoid Hynkel': ditador que usa uma farda com um simbolozinho no ombro lembrando duas cruzes e discursa delirante e histericamente. No mesmo filme Chaplin interpreta um barbeiro judeu, que é confundido com o ditador devido as semelhanças físicas e assim acaba por ir a rádio e discursa à nação sobre a liberdade, amizade e amor. Esses sim são temas clássicos, nunca clichês. You must remember this.

No céu do Rio de Janeiro


Autor: Anderson Paes | www.twitter.com/andersonpaes
Local: Rio de Janeiro, RJ (Brasil)
Ano: 2006

Argentina, cuidado com o Peru!

*Eduardo Daniel | www.twitter.com/eduardosdaniel

Pensei – pode não parecer, mas eu penso – em começar este texto com a batida expressão: “a vingança é um prato que se come frio”. Mas, porém, todavia, quem sabe, “vingança” propriamente dita não seria o sentimento do Peru em relação à Argentina desde aquela Copa do Mundo de 1978. Um acerto de contas com o passado para tirar um peso das costas, talvez se enquadre melhor.

Amiúde os deuses do esporte vivem pregando peças em todo mundo.

A Argentina vivia em 1978 uma das mais brutais ditaduras da América Latina. Sob o comando do presidente militar, o tenente-general Jorge Rafael Videla, o regime totalitário platino viu naquela copa uma oportunidade de anestesiar o país e desviar o foco das violações dos direitos humanos cometidos contra los hermanos opositores ao governo.

Diferente de hoje, a Copa de 1978 não teve semifinal. Dois grupos com quatro seleções cada, duelaram entre si. O primeiro de cada chave disputou a final. No grupo um, a Holanda ficou à frente de Itália, Alemanha Ocidental e Áustria. Pelo grupo dois, de uma forma obscura, deu Argentina

Na última rodada o Brasil venceu a Polônia por 3x1 e colocou um pé na final. Os argentinos precisavam vencer o Peru por uma diferença de quatro gols. Na escolha dos horários dos jogos a história começou a ser moldada em favor da Seleção Argentina. A Fifa, de uma hora para outra, resolveu adiantar o jogo dos brasileiros para a tarde, atendendo pedidos das emissoras de TV locais, que alegavam estarem se adaptando a transmissão em cores. Os argentinos entraram em campo a noite, já sabendo de quanto precisariam vencer.

E em uma atuação vexatória do goleiro Quiroga – argentino naturalizado peruano – o Peru levou seis, não marcou nenhum e a vaga ficou com os argentinos. Esta história mal contada é alvo até hoje das mais inventivas teorias. Desde subornos entre dirigentes e jogadores, ao envolvimento dos mais altos quadros governamentais de Argentina e Peru em colaboração militar. Não bastasse, o jornal inglês Sunday Times denunciou uma fraude nos testes antidoping dos argentinos. Segundo o periódico um homem teria sido contratado apenas para urinar.

Moralmente, para os brasileiros, o Brasil foi o campeão, por ter sido eliminado invicto da Copa. Na final, a Argentina venceu a Holanda – sem o craque Johan Cruijff, que não foi ao torneio em protesto contra a ditadura – por 3x1.

E lá se foram sete Copas do Mundo. Muita coisa mudou. Tudo parecia resolvido. Aí aqueles benditos deuses do futebol resolvem colocar de novo o Peru no caminho da Argentina. Para Freud é um prato cheio!

Sábado às 19h (horário de Brasília) a Argentina pega – no bom sentido – o Peru mais uma vez em um momento delicado. O Peru vem atrás de todo mundo – no bom sentido novamente, é o lanterna das Eliminatórias –, mas promete dar de tudo para vencer a seleção de Maradona. Se perder, os argentinos praticamente dão adeus à Copa da África do Sul.

A imprensa peruana diz que os jogadores e a população querem resgatar a honra perdida em 1978. E mais, querem repetir um feito histórico: a última vez que os argentinos ficaram fora de uma Copa do Mundo foi em 1970 e, adivinhem quem os eliminou? "Piiiiiiiiiiruuuu!? Glu, glu, glu, glu!"

quarta-feira, outubro 07, 2009

O suéter verde

*Camila Rufine | www.twitter.com/camilarufine

Quinta-feira foi meu primeiro dia de folga em La Grange Park.

Muito insegura e descoordenada para arriscar sozinha um trem para Chicago, decidi me aventurar pelas ruas da cidadezinha e descobrir se eu poderia gastar uns dólares, como terapia. Lembrei-me que precisava de agasalhos.

Passei por algumas lojas e tentei enxergar, do lado de fora dos estabelecimentos, se lá dentro havia alguma possibilidade de boa compra. Várias decepções, até que os manequins de outra vitrine me chamaram a atenção para uma jaqueta de couro bem bonita, com etiqueta de $30 dólares. Olhei para o lado de dentro e vi um bando de mulheres alvoroçadas. Pensei comigo: o paraíso deve ser aqui mesmo! E entrei.

Na primeira arara da loja percebi umas roupas meio retrôs demais. Achei meio estranho, mas passei direto para a arara que tinha a placa: barganhas femininas. Remexi e vi um suéter de lã verde-quase-limão. Gostei. Procurei pelo preço na peça, até que encontrei uma etiqueta que dizia "US$ 2". "Não era possível", pensei. "Achei um brechó? Mas essa loja está arrumadinha demais para ser um brechó". Na dúvida, medi as mangas da peça nos meus braços e procurei por algum defeito. Tudo certo, então agarrei o suéter com as forças que tinha e continuei a explorar a loja.

Nas outras araras, encontrei sobretudos de lã por $20 dólares. Jaquetas não tão bregas por $15. Definitivamente, aquilo era um brechó. Fiquei tão feliz. Quem me conhece pode imaginar o quanto um brechó me alegra. Depois de vasculhar muito, encontrei uma jaqueta de couro forrada com aquelas pelúcias felpudinhas, em perfeito estado, por apenas $25. Experimentei no espelho que havia em um dos pilares da loja e fui em direção ao caixa. As duas peças, com a cobrança de taxas, saíram por $29 dólares. Um verdadeiro tesouro, segundo a antendente.

Cheguei em casa e tentei ir direto ao meu quarto sem que meus hosts (meus anfitriões e patrões) percebecem por onde eu havia andado. Pendurei as minhas novas peças de vestuário no meu closet e resolvi usar meu suéter verde naquela mesma noite.

Minha host elogiou meu suéter. Eu apenas agradeci. Não contei a história para ela. Mas fiquei preocupada. Será que era dela antigamente? Será que ela sabe por onde andei? Ou será que ela só achou verde-limão demais para minha pele e não soube o que dizer?

No outro dia de manhã, usei novamente o suéter, para levar os meninos que estou cuidando passearem. E novamente, ouço da minha host:

— Eu realmente gostei do seu suéter. Adoro verde.

Agradeci novamente, mas não contei que ele me custou apenas dois dólares em um brechó. Acho que, assim como acontece com o direito e com as salsichas, ela não precisa saber como o meu guarda-roupa é feito.

terça-feira, outubro 06, 2009

Sobre alguns vampiros

*Kellen Baesso | www.twitter.com/kellenbaesso

Sou fascinada pela série Crepúsculo (Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Amanhecer) de Stephenie Meyer, e com essa paixão pelo enredo nasceu também certa paixão por vampiros. Então nada melhor que aliar duas grandes paixões: vampiros e séries. As séries são meus atuais passatempos. Com a facilidade que a internet proporciona, acompanho umas sete e existem outras que quero conhecer.

Falando de séries vampirescas, comecei com True Blood e acompanho também The Vampire Diaries. Ambas as séries são baseadas em livros, algo pelo qual também sou fascinada. Ainda não tive a oportunidade de lê-los, mas ainda farei.

Bem, True Blood me assustou no começo, cenas de sexo fortes – até mais sexo que história – mas resolvi dar uma chance, assistir mais episódios para então decidir se continuaria acompanhando. E, para variar, amei as aventuras de Sookie Stackhouse e Bill Compton. Para os que não conhecem, True Blood fala de uma nova era na evolução científica, em que os vampiros não precisam mais ser os monstros assassinos que conhecemos, podem viver como cidadãos comuns. Para isso eles se alimentam de um sangue sintético, criado por japoneses. No enredo, os humanos não se sentem totalmente seguros vivendo lado a lado com os vampirões. Sookie, a mocinha da série, é garçonete na cidade de Bon Temps e se apaixona pelo atraente vampiro de 173 anos, Bill. Muitos mistérios e revelações fazem parte desta série, que terminou a exibição de sua segunda temporada no último mês.

The Vampire Diaries estreou também no último mês e conseguiu minha atenção. Além de poder rever Ian Somerhalder, o Boone de Lost, a história envolve. Vamos ao mini-resumo!

Os irmãos Elena, 17 anos, e Jeremy, 15, perderam seus pais em um trágico acidente de carro e a série começa quatro meses depois desse acontecimento. Os dois agora vivem com sua tia e precisam aprender a lidar com a nova vida. Elena sempre foi popular, alegre e rodeada por amigos. Quando volta para a escola, ela sente que precisa esconder a tristeza que sente de todos que a rodeiam. É quando surge um novo e misterioso aluno. Logo que chega, ele agita o coração das garotas da escola, Stefan Salvatore (o vampiro). Claro, como você já deve ter pensado, Elena e Stefan se aproximam e se apaixonam. Stefan quer viver pacificamente com os humanos e para isso não se alimenta mais deles. No entanto, seu irmão, Damon, é a violência e brutalidade em pessoa. Os dois irmãos (bem e mal) entram em guerra pela alma de Elena e de todos os habitantes de Mystical Falls.

O que podemos notar em histórias de vampiros é que, geralmente eles não vêm sozinhos. Em True Blood temos o Metamorfo, Sam Merlotte e a Mênade, Miriam. Sem falar em Sookie, que é capaz de ouvir pensamentos. Em The Vampire Diaries, até o quarto episódio, temos Boonie, amiga de Elena, que tem ligação com Bruxas. Sua família é de Salém. Eu, particularmente, recomendo as duas.

segunda-feira, outubro 05, 2009

Mugir ou não mugir...

*Camila Rufine | www.twitter.com/camilarufine

Eis a questão.

Ao me despedir da minha avó em Mamborê (PR), horas antes de pegar o ônibus rumo à São Paulo, ela me mandou ter cuidado e finalizou, dizendo:

— Lembre-se sempre que touro em pasto alheio é vaca.

E essas palavras não saíram mais da minha cabeça. Dona Lídia pode até ter suas ideias malucas, mas essa foi uma que fez todo o sentido. Não que eu estivesse com sonhos encantados de ser amada e respeitada aqui nos Unáitidisteits, mas também não tinha pensado tão seriamente sob essa ótica.

Que diabos eu tenho na cabeça de vir para outro país limpar bumbum de bebê?

Sábado passado, foi exatamente isso que o cobrador do trem em Chicago me perguntou. Respondi educadamente que aqui poderia estudar o que queria. Ele não sentiu firmeza na minha resposta, mas fez que aham com a cabeça. E era balela minha mesmo. Eu não menti para ele, mas ainda não tinha vocaulário e segurança suficientes para explicar que não era por eu achar que merda americana cheirasse a flores. Que na verdade eu estava desempregada e sem currículo e essa foi a alternativa mais diferente e barata que encontrei para dar um up geral. Que era para eu colocar fotos legais no Orkut. Que era pra tentar recomeçar – outra vez.

Decidi largar a segurança do meu pasto por uma porção de razões coerentes e outras bem sem noção. Pode ser que aqui eu seja apenas a vaquinha mais mixuruca do pasto. Mas, quem sabe, só de poder pastar nesse gramado de cá por um ano, eu possa entender porque é que touros de todo o mundo querem tanto ser vacas nesse rebanho.

sábado, outubro 03, 2009

Charles Darwin: ousadia e atualidade

*Emanuelle Querino | www.twitter.com/manuquerino

Foi assunto na mídia: os 200 anos de nascimento de Charles Darwin e 150 de publicação do livro A origem das Espécies. Pela importância do assunto imagino que apareça alguma coisa sobre ele nos vestibulares, concursos e Enem. Mas mais do que isso é importante conhecer o trabalho de um homem que pensou diferente dos homens do seu tempo.

Entre todos os estudos dele, o fato ter criado uma teoria que era contra as crenças da Igreja Católica ficou na História. “Darwin, homem que matou Deus” foi o título de uma das matérias de capa da revista Superinteressante, em 2007. Porém, as últimas linhas da reportagem diziam que talvez Darwin, com sua teoria, tivesse apenas encontrado onde Deus estava.

A teoria da evolução contraria o criacionismo defendido pela Igreja. Foi o primeiro debate científico internacional do mundo. Darwin afirmava que os seres vivos sofriam mudanças em sua formação de acordo com o ambiente em que viviam. A pesquisa do biólogo inglês levou anos para ficar pronta.

Ciência X religião

O que nem todo mundo sabe é que Darwin era bastante religioso e até queria ser sacerdote quando jovem. Mas ao aprofundar seus estudos via que eles entravam em choque com as explicações diferentes da Igreja para a origem da vida. A esposa dele também era muito religiosa e tinha medo de ir para o céu e o marido para o inferno, por causa da ciência. Depois de muito tempo, Charles Darwin se declarou agnóstico.

Alfred Wallace foi outro biólogo que viajou com Darwin, em 1831, a bordo do pequeno navio de exploração científica Beagle. Ele percebeu as mesmas características de seleção natural durante a volta ao mundo, principalmente nas Ilhas Galápagos, no Equador. Sem saber, ambos escreveram secretamente sobre a mesma teoria. Quando Darwin publicou o livro “A origem das espécies” dividiu o crédito da descoberta com o amigo. Por medo da revolução que tudo aquilo poderia causar isso só aconteceu em 1859.

Um dos maiores escândalos para a época foi a afirmação de que o homem descendia do macaco e não era superior aos outros animais. Como os tempos mudam, as teorias de Darwin são a base da biologia moderna. Com a evolução da ciência novos estudos têm encontrado mais provas para o que ele já dizia há tanto tempo atrás.

Darwin na cidade maravilhosa

Ele apresenta quatro observações principais: 1) o crescimento da população está relacionado com o potencial de reprodução de cada espécie; 2) o tamanho da população depende da disponibilidade de alimento, presença de predadores e locais para a procriação; 3) Cada organismo de uma espécie tem capacidades diferentes para uma mesma condição (reprodutiva, alimentar) e isto pode ser favorável ou contrário à sua existência e 4) parte das aptidões são hereditárias.

Nosso ilustre personagem de hoje até passou pelo Brasil. Em abril de 1832 a expedição passou pelo Rio de Janeiro e fez estas anotações sobre o corcovado: “Um naturalista na Inglaterra tem uma vantagem sobre os outros ao encontrar com freqüência alguma coisa que valha a pena. Aqui ele sofre do agradável aborrecimento de não ser capaz de andar 100 metros sem ficar amarrado por uma nova e maravilhosa criatura”.

sexta-feira, outubro 02, 2009

Não se faz mais música como antigamente

*Fabiano Bordignon | fabiano@jornaloesporte.com

Não é de hoje que sou fã de rock and roll, principalmente do bom progressivo. Meus preferidos são bandas que quebram todos os paradigmas questionáveis em relação ao tempo de sobrevivência. Jethro Tull encabeça a lista de prediletos. Stones e Pink Floyd vêm acoplados nesta seleção.

Contudo, me frustra quando entro numa loja de discos. Fico estagnado perante a uma vasta lista de opções, mas sem tesão de ao menos palpar algum trabalho. Não vejo mais opções. Ou sou chato em demasia ou, a quem concorda, faço um decreto: estamos carentes de novas opções.

Minha vivência contemporânea me mostra que hoje em dia não se faz mais músicas como antigamente. Imaginem algo que possa ser produzido para suprir a eterna perpetuação de Another brick in the wall, do Floyd, ou mesmo alguém que venha formar uma nova banda e tentar, no mínimo, imitar o impossível: Ian Anderson do Jethro Tull e sua flauta sinfônica em meio ao piano e violino, carregado pelo firme Martin Barre na guitarra. A performance de Mick Jagger nos palcos. A produção, enfim, dos Stones nos shows que se confunde com um gigante espetáculo acústico.

Surgir algo que supra essas inimitáveis feras do mundo rock é divagar que Rubinho Barrichelo andaria igual à Schumacher num carro de Fórmula 1. É pedir para que Osama Bin Laden seja o principal aliado dos Estados Unidos. E mais: é implorar que Jô Soares deixe alguém se destacar mais do que ele em seu programa. É sonhar que Roberto Carlos é o rei. Mas é sim, lembrar que Raul Seixas com sua avançada extravagância, numa época onde poucos não eram bitolados, foi o pai do Rock Brazuca! O verdadeiro rei.

Ouro em lançamento de piadas!

*Eduardo Daniel | www.twitter.com/eduardosdaniel

Se tem uma coisa que brasileiro é especialista e todo brasileiro sabe que é, é fazer piada de tudo. Principalmente se for em cima de má notícia. Aí nós nos superamos com folga. A nossa especialidade também é demonstrada com maestria mesmo nas boas notícias e nos assuntos que mais nos chamam a atenção. O esporte, por exemplo.

Pois foi só o Comitê Olímpico Internacional anunciar o Rio de Janeiro como cidade sede para os Jogos Olímpicos de 2016, uma enxurrada de piadas e sacadas bem humoradas tomaram conta das rede sociais da internet.

O Twitter ficou recheado de gozações das mais variadas. Algumas delas:
– Não saberemos qual será o tiro de abertura;
– Teremos o "levantamento de propina";
– Haverá "corrida com barreiras (da polícia)";
– Seremos ouro em tiro ao alvo;
– A cantora Vanusa tem sete anos para aprender o Hino Nacional, pois vai cantar na abertura.

É evidente que muita piada ficou de fora. Umas pelo teor sexual, outras porque surgiram após a publicação do texto, mas uma coisa temos certeza: em "lançamento de piadas", seremos ouro!

Brasil, il, il!

quinta-feira, outubro 01, 2009

Vila Xurupita de luto

*Eduardo Daniel | www.twitter.com/eduardosdaniel

A Vila Xurupita foi o cenário para a maioria das aventuras literárias da minha infância. Localidade carioca situada no Morro do Papagaio, este bairro fictício é a casa do bom malandro e boa pinta Zé Carioca. Na vila humilde, que retratava a realidade suburbana dos anos 70 e 80, Zé Carioca, Nestor e Pedrão eram os reis do pedaço. Circulavam por entre os barracos e ruas de chão com desenvoltura e sagacidade.

No mundo de hoje, onde todos se levam muito a sério, o pobre do Zé certamente não teria chances de sobrevivência. Quem sabe arrumaria um emprego para se casar com Rosinha e satisfazer Rocha Vaz, seu sogro sovina.

Eram tempos difíceis aqueles, nem por isso se deixava de sorrir. A Vila Xurupita entrava em clima de festa no carnaval com a Escola de Samba Unidos da Vila Xurupita e o Vila Xurupita Futebol Clube nos clássicos que normalmente acabavam em confusão e pancadaria.

Por detrás daquelas deliciosas histórias, estava Ivan Saindenberg, roteirista da Disney no Brasil e que de 1971 a 1978 escreveu mais de mil roteiros para personagens como Pato Donald, Peninha, Mickey, Pateta e o melhor de todos: Zé Carioca.

Quando criança não me importava com quem escrevia aqueles textos do brasileiríssimo e carioca Zé, só lamentava que em seus gibis apenas a primeira e última história eram do papagaio malandro. No recheio da revista eu apenas folheava por entre os demais personagens Disney. Passava tão rápido como o próprio Zé fugindo da Anacozeca (Associação Nacional de Cobradores do Zé Carioca).

Desde a manhã do dia 30 de setembro, a Vila Xurupita estará para sempre um pouco mais triste. As complicações da diabete e uma insuficiência arterial levaram Ivan Saindenberg aos 68 anos.

A leveza dos textos do Zé Carioca contrastava com a sisudez dos demais integrantes da trupe da Disney. Não à toa, era no cotidiano e na poesia de Carlos Drummond, de Manuel Bandeira, de Camões, de Castro Alves e de Fernando Pessoa que Ivan bebia para nos servir da filosofia simplista de Zé Carioca.

Nas histórias do Zé Carioca escritas por Ivan era perfeitamente possível sentir os cheiros do morro, ouvir a algazarra dos moleques nos becos e ruelas da favela. Dava pra sentir no rosto a maresia que a brisa trazia do mar distante, quando Zé Carioca, Nestor e Pedrão deitavam para vagabundear e curtir a paisagem do Rio de Janeiro.

Ivan nasceu em Piracicaba, interior de São Paulo e morreu em Santos. Em 1960 entrou para o universo dos quadrinhos. Foi “apresentado” por seu amigo Mauricio de Sousa (o pai da Mônica) à Editora Abril e recebeu a missão de resgatar o então esquecido e querido Zé Carioca. Na editora ficou de 1971 até 1985.

Onde está o amor?


Título: Where is the love?
Autor: Van Luchiari | www.twitter.com/vanluchi
Local: Rio de Janeiro, RJ (Brasil)
Ano: 2008
Site: www.vanluchiari.com.br
 

CONTATO
Colaboradores Ana Carla Teixeira, Anderson Paes, Camila Rufine, Carlos Karan, Deyse Zarichta, Eduardo Daniel, Emanuela Silva, Emanuelle Querino,
Emmanuel Carvalho, Fabiano Bordignon, Fabrício Espíndola, Francine de Mattos, Gabriel Guedes, Germaá Oliveira, Guilherme Marcon, Isabel Cunha, Kellen Baesso, Manuela Prá, Patrícia Martins, Thiago Antunes, Thiago Schwartz, Tiago Tavares, Valter Ziantoni,Van Luchiari, Vanessa Feltrin, Vitor S. Castelo Branco, Viviany Pfleger

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