PRIMEIRA PÁGINA | FOTOGRAFIA | SÉRIES | TWITTER | FACEBOOK
Destaque Quitandas e a volta aos tempos românticos Thiago Schwartz


Blog •

quinta-feira, janeiro 28, 2010

Girafa


Autor: Valter Ziantoni
Ano: 2009

segunda-feira, janeiro 25, 2010

Horário nobre

*Kellen Baesso | www.twitter.com/kellenbaesso

As séries americanas começam a conquistar seu espaço nas TVs abertas do Brasil. Depois de passarem muito tempo, quase solitárias, nas madrugadas das emissoras, as séries ganharam o horário nobre. O SBT foi quem tomou a frente nesta iniciativa, vendo seu ibope capengar no horário, fixou episódios diários de séries às 21h15. Harper’s Island aumentou o ibope da emissora de Silvio Santos, mas nada comparado ao sucesso de Supernatural, Sobrenatural por aqui. A série dos irmãos Winchester bateu A Fazenda, da Record, e deixou o SBT por muitas vezes em segundo lugar no horário, um bom motivo para ter quatro temporadas seguidas veiculadas na programação. A quinta temporada ainda é exibida nos EUA e, portanto, não pode ser vendida.

Nesta segunda-feira o SBT tem um novo desafio, com o fim das aventuras dos Winchester, uma nova série estreia: Gossip Girl. A produção foi escolhida pelos próprios telespectadores através de voto no site da emissora e deve segurar o ibope no horário, apesar de atingir um público mais jovem que o de Supernatural. Blair, Serena e companhia são sucesso no mundo todo, não seria diferente aqui.

Mas para dificultar a missão do pessoal do Upper East Side, a Record também entra na briga com episódios diários de CSI Investigação Criminal. A série é sobre um grupo de cientistas forenses da Polícia de Las Vegas – que eu nunca assisti.

O SBT ainda exibe nas tardes de segunda a sexta-feira Arnold, My Wife and Kids (Eu, a Patroa e as Crianças) e Kyle XY, já nas noites e madrugada exibe Eleventh Hour, Cold Case, The Closer, Verônica Mars e Pushing Dasies. A Record apresenta, além do CSI Las Vegas, CSI Miami e CSI New York. Super Máquina, 30 Rock (Um Maluco na TV) e Dr. House, que deveria ser muito, mas muito melhor utilizado, também estão na grade de programação. E não entrarei no assunto Lost, um dos maiores sucessos na categoria, que é exibido na madrugada da TV Globo. Agora resta esperar que estas e outras séries possam ganhar mais e mais admiradores, passando na TV aberta.

Dúvida cruel

*Gabriel Guedes | www.twitter.com/gabrielzguedes

Publicado em 06/09/2009

Ainda da série das informações “represadas”, recordei hoje de uma história que captei na minha última estada em Tubarão, no começo de maio. Na verdade, soube desta informação durante uma rápida passagem, a negócios, em Gravatal. Vou falar de Anitápolis.

— Alguém já ouviu falar?

Anitápolis é um de vários minúsculos municípios do meu Estado que vivem praticamente isolados. Sim, por que existe mais estrada de chão do que asfalto para chegar até lá. Distante 96 quilômetros de Tubarão e outros 97 de Florianópolis, é lá que nasce o principal afluente do Rio Tubarão: o Rio Braço do Norte, que verte do encontro das encostas da Serra Geral, da Boa Vista e do Tabuleiro. Uma região de enorme beleza natural e que conta com uma das maiores áreas de mata atlântica preservada em Santa Catarina. Colonizada por imigrantes alemães, os seus 3,2 mil habitantes são gente simples e que subsistem da agricultura. Agora eles vivem um dilema: instalar ou não uma mina, a céu aberto, de fosfato para fabricação de fertilizantes?

Num lugar tão distante de qualquer grande centro urbano, é normal que se tenha uma ânsia pelo desenvolvimento econômico. Principalmente quando se fala em geração de empregos em larga escala. Soube que devem ser gerados cerca de 2 mil empregos, entre diretos e indiretos. E o prefeito Saulo Weiss (PMDB) estaria empolgadíssimo.

A primeira licença para a instalação já foi dada pela Fundação Estadual de Meio Ambiente (Fatma). Claro, isso não demorou porque se trata de um empreendimento da gigante alimentícia Bünge, por intermédio da Indústria de Fosfatados Catarinense Ltda. Onde há um forte lobby. E se tratando da Fatma, há que se desconfiar mais que duas vezes. Segundo o pessoal da Fepam (a fundação de proteção ambiental gaúcha), a Fatma tem fama de ser “frouxa”. E num governo como o de Luiz Henrique da Silveira (PMDB) – que apoiou o descarado “código florestal catarinense” –, dizem que a Fatma, assim como outros órgãos do Estado, são loteados politicamente. Logo, sem critérios racionais.

Tubarão precisa se mobilizar: o projeto prevê a construção de uma barragem de 80 metros de altura no Rio Pinheiros, afluente do Braço do Norte–Rio Tubarão, onde ficarão retidos os dejetos tóxicos da extração do fosfato.

Imagine a catástrofe: numa região em que a água já é castigada pela extração de carvão mineral, ter uma barragem gigantesca retendo resíduos tóxicos e que pode arrebentar a qualquer momento, bastando uma chuva torrencial para iniciar o desastre. Qualquer vazamento é fatal para todas as cidades que dependem do Rio Braço do Norte e Tubarão, além do Complexo Lagunar, para sobreviver.

Isso sem relevar o fato dos caminhões – em torno de 112/dia – que irão trafegar com enxofre, ácido sulfúrico e fosfato pela BR-282/BR-101 até o Porto de Imbituba e até Lages, onde a carga seguirá por ferrovia até Rio Grande do Sul e São Paulo. Os riscos de um grave acidente ambiental são enormes, segundo especialistas.

— Fica a pergunta: é isso que queremos, mesmo? Será que vale a pena o “Brasil, País do futuro” sacrificando o meio ambiente e a segurança de sobrevivência de mais de 300 mil pessoas?

Fique à vontade para conhecer as duas versões: Quem quer: www.projetoanitapolis.com.br / Quem não quer: www.montanhaviva.org.br

No próximo post digo o que isso tem a ver com a concentração populacional no litoral catarinense.

sábado, janeiro 23, 2010

O inv(f)erno de cada um

*Camila Rufine | www.twitter.com/camilarufine

Existem algumas coisas que preciso salientar sobre o meu inverno em Illinois.

No começo foi tudo legal. Eu aprendendo a converter Fahrenheits em Celsius. Eu contando vantagem para meus amigos sobre os graus negativos. Eu emocionada ao ver a neve pela primeira vez. Eu tirando muitas fotos. Eu prometendo fazer um boneco de neve. Eu comprando um arsenal de artigos de proteção térmica. Eu aguentando uma hora de fila, sob a sensação térmica de -25ºC, para patinar (e cair de cabeça) no gelo.

Ainda dois meses longe do final dessa brincadeira de Pólo Norte, já chega. Acabou a graça. Existem conversores de Fahrenheit para Celsius na internet. Não é nenhum trunfo aguentar a temperatura hostil quando todas as casas, carros e comércio possuem aquecimento interno (passei muito mais frio em Guarapuava, no Brasil). A neve, depois de uns dias, fica suja, nojenta, escorregadia. As fotos saem todas iguais. A não ser que você queira tirar foto na neve suja. Minha única bota de inverno é horrível, só tenho um casaco que aguenta o tranco e eu não quis comprar uma luva de 50 dólares (logo, não posso fazer um boneco de neve sem antes perder as mãos).

É sempre uma missa para sair de casa. Você coloca 4 camadas de roupa e ainda passa frio. E quem diz que inverno é chique não conhece realmente o que é inverno. Tente combinar Luvas, Gorro, Cachecol, casaco, calça e bota. Sem contar que é triste. Faz mais de uma semana que a temperatura não é menor que zero, mas quando o mercúrio do termômetro sobe os dias são cinzas, sem sol.

É por isso que a partir de hoje, não tiro mais nenhuma foto contendo neve. Não compro mais nenhuma peça de inverno. Nem em liquidação. E olha que eu virei Maria-Liquidação. Não darei mais gargalhada quando ver alguém escorrengando pelas calçadas. Não vou fazer mais nenhum esporte ou brincadeira de inverno. Não baterei mais o queixo. Vou tentar me divertir só em atividades indoor.

Vou dar um gelo no inverno. Só para ver se esse imenso sorvete sem sabor se toca e pede penico.

quinta-feira, janeiro 21, 2010

Futebol na África


Autor: Valter Ziantoni
Ano: 2009

segunda-feira, janeiro 18, 2010

Para alguém que vai

*Anderson Paes | www.twitter.com/andersonpaes

Publicado em 30/08/2009

De tempos em tempos as pessoas passam por uma sensação de que é hora de partir pra algum lugar – acredito que muitos vivam isso. Mas acabam ocupados com outras coisas e adiam um pouco mais. Outros desistem pelas oportunidades que faltam. É algo forte essa vontade de conhecer o mundo, as pessoas, as culturas, os diferentes cenários dessa peça que a vida prega. Encontrar explicações, contar o que se vê, entender o que não se sabe. Aprender.

Interessa ouvir o que ainda não foi dito, escrever o que não foi escrito. Ruma-se ao desconhecido em troca de algo novo, como faziam os antigos. Todos os grandes pensadores cruzaram o Atlântico, viajaram pelo Pacífico, visitaram o Índico, subiram montes, vaguearam por aí. Fizeram as viagens possíveis para os meios de transporte da época, não importava o tempo do trajeto.

E não tem idade para fazer isso, sempre há tempo. René Descartes, com as tropas holandesas, os ingleses que partiram para a América do Norte com ideais de liberdade, Albert Einstein que passou até pelo Brasil, Charles Darwin observando o mundo. Sem falar dos anônimos, grande maioria, que mudam o mundo aos poucos. São raros os que fizeram algo maior sem sair de casa – apesar dos avanços tecnológicos.

O pensamento se amplia, o mundo das idéias deixa de ser apenas ideal, e a vontade de voltar às vezes se perde. Nem todos trilham o caminho de volta, sentem-se em casa. Sinta-se bem ao chegar lá. Faça algo bom e conte ao mundo. E quando surgir a vontade de voltar, lembra que sempre há tempo – para isso também – e que o mundo é uma casa maior. Nossa casa.

Até a volta!

sexta-feira, janeiro 15, 2010

Aqui, no Hemisfério Norte

*Anderson Paes | www.twitter.com/andersonpaes

Olá, cheguei ao Hemisfério Norte. Depois de umas dez horas de viagem desci no aeroporto de Toronto por volta das 5h da manhã (8h no Brasil). Mal senti os -5 graus que fazia lá fora. O cenário cinza e branco do saguão – bastante grande – me lembrava o filme Gattaca.

Pessoas de várias nacionalidades, idiomas diversos. Um corredor que não parece terminar. Com esteira para ajudar os que ainda estavam mais ou menos dormindo. Fila para a imigração. Algumas perguntas, outras respostas e um carimbo. Passado este ponto, com o formulário carimbado, um guarda o verifica e diz para seguir – em busca da mala despachada. Observo que alguns são encaminhados por ele para uma breve entrevista.

As malas vão chegando e girando no sentido anti-horário. Encontro a minha depois um bom tempo de espera. Muitas bagagens vindas do Brasil. Muitos a esperar. Sigo para minha conexão. Entrego o formulário a outro oficial canadense. Entro no elevador e estou no piso dos portões de embarque.

Ando pelo corredores amplos. Já passa das 6h30 e ainda é noite lá fora. Por volta da 7h faço o check-in para o vôo de Toronto até Vancouver. Foi aí que meu ‘inglês’ falhou. Não compreendi muito bem o que aquela senhora simpática, ao lado de um senhor tipo indiano que controla o raio-x, queria me dizer. Vendo que eu não compreendi perguntou se eu falava francês. Não! Foi quando olhei para o lado e vi um sujeito com um passaporte verde escrito Brasil. Ele me ajudou com aquela questão e ela de imediato perguntou: Hablás español? Tudo bem agora... estava praticamente “em casa”. Ela só queria olhar minha mala. O que viram de estranho não sei.

Caminhei mais um bom pedaço. Outro corredor daquele com esteira. Lojas. Bastante coisa das Olimpíadas de inverno – em fevereiro aqui Vancouver. Achei o tal portão 139 do meu vôo. Estranho como nesse tempo de espera a hora parecia passar tão rapidamente. Começou a clarear. Um Sol vermelho dá as caras.

Chegou a hora do embarque. Reconheci um brasileiro na fila – estava no mesmo vôo de SP pra cá. Caminho até o avião. Encontro meu assento. Quase durmo enquanto as pessoas vão entrando e caminhando até suas poltronas. Assim que decola eu começo a cochilar. São quase cinco horas até Vancouver – não tenho tanta certeza disso. Mas, enfim, cheguei.

Outra vez a esteira. Lá vem minha bagagem. Sigo para o lado de fora do aeroporto. Peço um táxi. O taxista puxa uma conversa e percebendo meu inglês não fluente pergunta de onde sou. Conto que vim do Brasil e ele exclama: Oh! Uma longa viagem. É cansativo!

É mesmo.

E agora, observo o dia cinza lá fora da janela do hotel – acredito que tenha pulado algumas partes da história porque estou quase dormindo. Boa noite pra vocês aí no Brasil, aqui são 18h horas agora e preciso – muito – descansar. Até breve.

quinta-feira, janeiro 14, 2010

"Esperam que eu cante como antes"


Autor: Francine de Mattos

segunda-feira, janeiro 11, 2010

Será que peguei Gripe Equina?

*Eduardo Daniel | www.twitter.com/eduardosdaniel

Publicado em 28/09/2009

Febre. Uma dor no corpo desgraçada e um tose seca dos diabos. Numa observação superficial qualquer um diria que eu posso estar com a famigerada já démodé Gripe A, a Gripe Suína. Mas, algo que aconteceu comigo no final de semana retrasado, coloca uma pulga atrás de cada orelha de minha avantajada cabeça: posso ser o primeiro caso de Gripe Equina registrado no mundo!

Contarei para vocês do mesmo modo que contei ao médico que procurei neste sábado, procurando cada palavra como um míope tateando o chão a procura de seus óculos: devagar, com esmero, pau-sa-da-men-te.

Saíamos em três cavalos. Vá bem, podem fazer piadas, dois cavalos e uma égua, a que, por sinal, eu montei. Como estava calor, fui de chinelos. Já nos primeiros minutos da marcha de minha montaria, meus dois calcanhares deram sinais de que rapidamente perderiam nacos de pele com o atrito direto com a barrigueira.

Antes de prosseguir a história, é de suma importância lembrar que essa mesma égua havia se recuperado de uma forte gripe dias antes.

Pois bem. Não sei se já viram um cavalo após alguns minutos de cavalgada. Se não, já devem ao menos ter ouvido algo do tipo, “o fulano ta suando que é um cavalo”. O equino sua às bicas e o suor da dita égua ao “lavar” meus ferimentos nos pés os fazia arder.

Dois dias depois, na segunda-feira, comecei com a tosse. Na quarta já sentia febre e na quinta, como todo virtual-hipocondríaco, caçava no Google alguma informação sobre a gripe nos cavalos e mutações para os seres-humanos.

A informação que eu procurava, mas não gostaria de encontrar, está no diário popular Extra, do Rio de Janeiro, no dia 21 de agosto, com o título: "vem aí a Gripe Equina?".

Para o chefe do Departamento de Pediatria da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Marcos Lago, é possível que apareçam, nos próximos anos, casos de uma gripe equina.

O médico ainda explica que existem três tipos de vírus dentro da classificação influenza: A, B e C. Dos três, o do tipo A é o único que atinge os patos, os porcos, os cavalos e os humanos. Foram as variações do vírus A que causaram a Gripe Aviária (H5N1) e a Suína (H1N1).

A forma como o vírus consegue sofrer estas mutações ainda é desconhecida da medicina. Na entrevista, doutor Marcos explica que é ao acaso.

O doutor ainda lista o cavalo como o próximo animal a nos passar esta enfermidade e pondera, dando um pouco de alento aos que, ao menos, não tiveram uma experiência como esta que mencionei:

— Essa relação se dá pela proximidade. Pode acontecer, mas o contato do homem com o cavalo é menos constante e incisivo do que com aves e porcos.

Se a teoria do amigo Anderson Paes em "Crise econômica e novas doenças" de que a cada período de crise se sobressai uma doença, a Gripe Equina bem pode estar guardada nas mangas ou na cartola de algum líder mundial para desviar o foco da próxima quebradeira global.

E, se eu estiver com essa novíssima gripe, que a CIA não fique sabendo, pois a pegando antes do tempo, estrago os planos para o novo aperto universal.

Sem mais delírios, deixo o computador e vou direto ao termômetro e ao anti-térmico. Caso não volte a escrever, vocês já sabem...

quinta-feira, janeiro 07, 2010

Elvis


Autor: Valter Ziantoni
Ano: 2009

segunda-feira, janeiro 04, 2010

O fenômeno Lua Nova

*Thiago Schwartz | www.twitter.com/perereco

Publicado em 18/08/2009

Na lista de livros mais vendidos da Revista Veja de 19 de agosto desse ano, há uma consonância do segundo ao quinto lugares: Livros da série "Crepúsculo", da escritora americana Stephanie Meyer. Os quatro livros da série – Amanhecer, Lua Nova, Eclipse e Crepúsculo – encontram-se ali, praticamente desde que foram lançados. Trazem uma nova história de ficção, voltada ao público jovem, mais precisamente a mulheres entre 15 e 25 anos, "velhas demais para ler Harry Potter e jovens demais para ler Dostoiévski".

Basicamente, os livros contam a história de uma garota jovem (a identificação do público inicia-se aí), que se apaixona por um garoto jovem. Mas o garoto jovem é, na verdade, um vampiro [música de suspense]. A ficção, em especial este tipo de ficção fantasiosa, envolvendo lobisomens, vampiros e seres que brilham à luz do Sol, sempre esteve para o público feminino assim como a água benta está para o vampiro. No entanto, Stephanie consegue arrebatar este público com maestria, assim como J. K. Rowling fez com o público infanto-juvenil tempos atrás, com seu pequeno bruxo.

Mas qual o segredo desse sucesso de vendas? Na minha modesta opinião, houve um avanço significativo na arte de escrever histórias populares. As tramas não oferecem nenhum tipo de novidade, a não ser pelo modo que seu desenrolar é narrado. Os livros de hoje estão mais fáceis de ler, oferecem um auxílio descritivo fundamental na construção mental da aparência e do caráter de seus personagens (muitas pessoas, ao assistirem ao filme Crepúsculo, relatam que imaginavam o personagem principal exatamente da mesma maneira que foi retratado na película), o que acaba aproximando o jovem leitor do objeto de sua leitura. Talvez o ponto mais positivo nisso tudo seja também o negativo, pois se a autora define o personagem em seus mínimos detalhes, não sobra muito espaço para a imaginação do leitor. Em outras palavras, o leitor torna-se o espectador da trama, não parte dela. Não compartilha as emoções da encantadora Bella, apenas as visualiza, como visualiza as emoções da mocinha da novela das 8.

Só para estabelecer um parâmetro para o que quero dizer, compararei o início do livro Crepúsculo com o início do livro A Metamorfose, de Franz Kafka:

Meyer escreveu:
Minha mãe me levou ao aeroporto com as janelas do carro abertas. Fazia 24 graus em Phoenix, o céu de um azul perfeito e sem nuvens. Eu estava com minha blusa preferida – sem mangas, de renda branca com ilhoses; eu a vesti como um gesto de despedida. Minha bagagem de mão era uma parca.

Kafka escreveu:
Quando certa manhã Gregor Samsa acordou de sonhos intranquilos, encontrou-se em sua cama metamorfoseado num inseto monstruoso.

Há uma discrepância a respeito da situação inicial dos dois personagens. Claro que o estilo de cada autor influencia na narrativa, mas esse é apenas um dos muitos exemplos que poderia dar a respeito. E continuaria sendo uma opinião pessoal. A minha é essa. Um livro é mais do que simples diversão, é um portal, por onde pode-se chegar onde o leitor quiser. Meu único medo nisso tudo é que o leitor acostume-se a não chegar a lugar algum.

domingo, janeiro 03, 2010

Dos planos e escolhas

*Viviany Pfleger

Já tem três dias que o ano 10 começou, e o post do balanço do fim do ano ainda estava ali, nos fazendo lembrar da performance do Gelo em Marte em 2009. Amanhã é segunda-feira, recomeço de trabalho. Estão todos recuperados do fim de ano, ou ainda se encontram no trânsito e nas intermináveis filas após o feriadão...

Sem esperas pelo carnaval vamos ao post número um, certo? Diferente destes acontecimentos rotineiros do Brasil, minha virada do ano não foi tão comum assim. Foi bem diferente por sinal, e comemorada – com champagne – sobrevoando o Atlântico, com destino à Lisboa; o primeiro contato com a Europa, antes de pôr meus pés em Londres. Nem tudo é privilégio assim fácil, tudo tem seu preço, e que preço!

A TAP é uma boa companhia aérea, mas não conheço as demais que vão pro exterior pra poder fazer alguma comparação. O vôo fornecia atualizações precisas de distância, velocidade, temperatura externa, além de dar a opção pra ouvir música, ver filme, jogar videogame, e fazer compras no ar – duty free. A comida de Portugal não é das melhores, sabe? Então, nada como a opção "B": um bom pão com manteiga.

Os aeroportos de Lisboa e Londres são gigantes, e é preciso percorrer corredores e mais corredores até achar o terminal de vôo ou da localização da bagagem. Por um instante se pode pensar: O que eu vim fazer aqui?, mas é tudo muito bem sinalizado, não têm como se perder. Então retoma-se o desejo inicial da viagem e fica tudo bem.

Em Londres as liquidações de inverno já começaram. Tem coisas bem baratinhas, comparáveis ao preço do Brasil. Pena que o almoço – Pizza Hut individual – mais barato custa em torno de 8... libras. Multiplique por 3 e sonhe com um churrasco suculento do Brasil.

Estar na Europa é se imaginar no topo do mapa, e quando alguém, ou você mesmo fala do Brasil, já mentaliza uma região lááá do hemisfério sul. Vê o mapa de cima e de cabeça pra baixo. Tudo diferente. Por aqui muita coisa é melhor, mas outras não. Prefiro considerar que é diferente e que temos que aprender também a viver com o que é diferente.

A gente fica bem (ou mal?) acostumado com a nossa rotina e nem tentamos enxergar um pouco além do nosso portão, da nossa cidade, do nosso país. Ok, por horas isto nem faz diferença! E para algumas pessoas nunca fará. Mas sinceramente, é legal ver a grandeza e a diversidade de tudo. Aprende-se mais, aceita-se melhor algumas coisas, desafia-se, e tudo por conta de uma decisão de mudança, ou curiosidade, ou necessidade – ou turismo mesmo. Vale a pena, e nada de ter medos! O medo só fará com que se evite e deixe de viver coisas novas. Às vezes precisamos de desafios.

Está sendo bom começar um ano novo deste jeito, no velho mundo, sendo que em todo fim e início de ano é bom que pensemos sobre o que queremos pra ele, pra que não passe em branco ou corrido, sem desejos e sonhos realizados. Não é a administração que diz que é preciso fazer planos prévios, mas a vida.

Se você não se programar, dificilmente terá dinheiro pra viajar, comprar um carro, casar, ter filhos. Todos sabemos que existem simplicidades que não devem obedecer regras, e isto é bom que continue desde jeito. Porém, pra atingirmos outras coisas precisamos aprender a escolher, priorizar, e o mais importante: coragem. Feliz 2010.
 

CONTATO
Colaboradores Ana Carla Teixeira, Anderson Paes, Camila Rufine, Carlos Karan, Deyse Zarichta, Eduardo Daniel, Emanuela Silva, Emanuelle Querino,
Emmanuel Carvalho, Fabiano Bordignon, Fabrício Espíndola, Francine de Mattos, Gabriel Guedes, Germaá Oliveira, Guilherme Marcon, Isabel Cunha, Kellen Baesso, Manuela Prá, Patrícia Martins, Thiago Antunes, Thiago Schwartz, Tiago Tavares, Valter Ziantoni,Van Luchiari, Vanessa Feltrin, Vitor S. Castelo Branco, Viviany Pfleger

©2010 GeloEmMarte.com Todos os direitos reservados. As opiniões aqui expressas são de responsabilidade de seus respectivos autores.