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Destaque Quitandas e a volta aos tempos românticos Thiago Schwartz


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quarta-feira, julho 28, 2010

A morte do Inverno

*Eduardo Daniel | www.twitter.com/eduardosdaniel

Os velhos e as crianças sofrem nesta batalha entre a Primavera que dá suas caras e o Inverno que teima em ficar. Bronquite, rinite, sinusite, asma, gripe, resfriado, faringite, enfisema pulmonar, tuberculose e pneumonia são as principais complicações respiratórias que afligem os mais frágeis.

“Calor no sol e gelado na sombra”, é frase que passa a fazer parte dos diálogos breves e automáticos entre conhecidos e desconhecidos.

O sol pouco a pouco começa a demorar-se mais esparramando-se no horizonte no crepúsculo de cada dia. Os canarinhos e pardais preparam lentamente seus ninhos à espera das novas crias.

Os sorrisos tornam-se menos armados.

Alguns se arriscam a fazer poesia.

“Afinal, se nuvens rasgam os céus dia-a-dia, por que diabos não tenho a liberdade que mereceria?”.

Sair do banho e vestir primeiro as calças, sem congelar, são outras pequenas delícias que o calor nos devolve lentamente.

É como se o gelo de dentro de cada um derretesse.

Brasileiro, você merece!

*Emmanuel Carvalho | www.twitter.com/ec_photo

O Twitter talvez seja o veículo de distribuição de informações mais rápido de todos os tempos, pelo menos até agora. Ele também é utilizado como válvula de escape onde as pessoas aproveitam para fazer suas reclamações: os chamados #mimimi.

Não concordo com esse tipo de reclamação e passei a reclamar menos, pois vi que eu estava condicionado e acostumado com as situações desconfortáveis... E me parece que isso é cultural!

Brasileiro não desiste nunca e prefere ficar reclamando das situações desconfortáveis a mudar para uma situação melhor e isso se reflete em todos os aspectos das vidas desses sublimes conterrâneos. Assim que eu abri o Twitter hoje, vi uma série de reclamações sobre uma empresa que faz fotolivros (álbuns diagramados em um software proprietário).

Motivos: Registro do termo fotolivro e qualidade da impressão. Ora bolas, se a pessoa não está feliz com o resultado, por que insiste em continuar trabalhando com a mesma empresa? Como chegou a conclusão de que a qualidade é ruim? Comparou com outras empresas ou é o mesmo #mimimi de sempre?

“Fotolivro” não existe no dicionário. Desde que eu ouvi falar desse termo pela primeira vez, foi a própria Digipix que estava divulgando, então, nada mais justo do que registrar o nome! Já deviam ter feito isso desde o início. Quando eu faço compras no supermercado, eu compro Bombril, mesmo que não tenha esse nome. O nome ”fotolivro” conseguiu esse mesmo status com louvor e não há nada que possamos fazer quanto a isso, aceitem.

Em hospedagem de páginas na internet é a mesma história. É só fazer uma pesquisa ao termo locaweb, independente do dia em que você estiver lendo este artigo. Sempre haverá reclamação aos serviços que, provavelmente, estão fora do ar. Por que você continua reclamando ao invés de mudar para outra empresa de hospedagem? Por que paga mais caro que o resto do mundo (eu hospedo minha página fora do Brasil, obviamente) para ter um serviço péssimo, onde você é apenas mais um número na estatística do SAC ao invés de ser tratado como Cliente? (Sim, Cliente com “C” maiúsculo, respeito que poucas empresas no Brasil praticam).

Brasileiro é a típica “mulher de malandro”: Gosta de apanhar, reclama disso, daquilo, mas não muda.

Se você não está satisfeito? Mude! Ninguém vai mudar por você. Faça a diferença ou continue votando nos mesmos caras que roubam o dinheiro das merendas das criança e “xingando muito no Twitter”.

terça-feira, julho 27, 2010

Mistérios atrás dos portões

*Kellen Baesso | www.twitter.com/kellenbaesso

No dia 20 de junho The Gates estreou nos Estados Unidos. Apesar das diferentes opiniões sobre a série, resolvi ver e tirar minha própria conclusão. Assisti até agora somente o piloto e minha opinião será baseada nele. Vamos lá.

A trama se passa em uma comunidade fechada, protegida por enormes e fortes portões de ferro conhecida como The Gates (tcharã). Lá dentro muitos segredos são escondidos e os problemas relacionados a estes segredos são varridos para debaixo do tapete, ou pelo menos tentam. Que tipo de segredos? Citarei alguns: uma vampira com uma filha adotiva; uma bruxa boa e outra má e gananciosa, além de uma grande quantidade de lobisomens adolescentes. Isso só para começar.

O centro do episódio piloto está na família de Nick Monohan, o novo chefe de polícia do local, que acaba de se mudar com sua família, pode-se dizer que para a casa dos sonhos de qualquer um: espaçosa, com piscina e até uma jacuzi. Fica claro que eles se mudaram para ter uma vida nova, para esquecer o passado.

A vizinha dos Monohan, Claire Radcliff é uma vampira que precisa lutar para controlar sua sede de sangue. Ela é casada com Dylan, o vampiro que a transformou, e juntos criam uma filha adotiva, tentando ter uma vida normal. Claire não é muito controlada, logo no primeiro episódio já faz algumas burradas (não vou ser estraga prazeres e contar).

Em outra parte da pequena cidade, duas bruxas disputam a clientela. Mas há uma grande diferença entre elas, a boazinha, Peg, foi quem ensinou tudo para a má, Devon, que de algum jeito manipula os habitantes para frequentarem apenas sua loja. Intrometida, perigosa e irritante, foram as primeiras impressões que tive de Devon.

O clã de lobos é bastante jovem, Brett é namorado de Andie, que teve uma queda à primeira vista por Charlie, filho do policial. Um triângulo que vai trazer muita dor de cabeça, principalmente para Brett que não consegue controlar seu ciúme e precisa que os outros da sua raça chamem sua atenção e o impeçam de fazer besteiras.

E aí, essa mistura de seres sobrenaturais interessou você?

domingo, julho 25, 2010

Cá estás também

*Anderson Paes | www.twitter.com/andersonpaes

Ao chegar em Lisboa não pude evitar comparações a viagens seculares, ir e vir de tão longe. Um vice-versa dos tempos das naves que iam para o sul e às atuais aeronaves que vem para o norte.

Também não esqueci dos livros e citações de gente de outros tempos, nem das canções que ouvimos no Brasil ou que como disse Chico Buarque: "Esta pátria ainda vai cumprir seu ideal, ainda vai tornar-se um imenso Portugal!"



Aqui também encontrei livros do Saramago com pontos e vírgulas – o que muito me impressionou. Agora cá estou, a perceber que meu português não é tão português assim – timidamente observo meus erros e aprendo.

Quatro dias e meio na capital lusitana. Hoje viajo para Praga, na República Tcheca, com a pauta – por enquanto; e se nada melhor aparecer – do turismo e desenvolvimento econômico – bons exemplos a serem aplicados em Santa Catarina se houver disposição política e iniciativa.

Até o próximo texto num quarto de hotel.

segunda-feira, julho 19, 2010

Ensinamentos para a vida

*Gabriel Guedes | www.twitter.com/gabrielzguedes

Em um movimentado cruzamento de ruas, o semáforo alterna do verde para o amarelo. O motorista de um carro, apressado, dá uma buzinada ao condutor do veículo da frente para que acelere, antes que a sinaleira mude para o vermelho. Incomodado, o motorista que levou o buzinaço faz um gesto nada educado. O que fez o barulho, provocado, para o carro e parte para o soco. O outro arranca um pedaço de madeira de um cavalete da rua e tenta espancar o primeiro. O lamentável episódio, acontecido no Centro de Porto Alegre na última semana, me faz remeter o tal do "homem moderno" ao "tempo da pedra", onde tudo era conseguido na base caça e luta, feito animais.

Não seria nada estranho, claro, se não estivéssemos em 2010.A vida humana, aos poucos, perde seu valor. Ou melhor, este valor está sendo substituído por virtudes que não refletem na mínima dignidade que cada um de nós merece. Hoje, há quem viva permeado pela ganância e egoísmo, passando por cima dos outros sem dó nem piedade. Um verdadeiro vale tudo.

Precisamos lembrar de nossas origens. Ter um referencial. Não aquele, do tempo da pedra, mas os de nossos avós e pais, da família. Me lembro de dona Maria, minha avó. Moradora de Erechim e funcionária de uma escola estadual, não deixava de ir trabalhar mesmo sob frio, chuva e neve. Sempre alegre, mas nem por isso menos rigorosa, cobrava de mim os "obrigados" até quando as pessoas me davam um mandolate. Em nossas conversas, também sempre me falava que o trabalho faz bem e que a educação é fundamental para ser um grande homem. Em meio a todas estas lições, ainda guri, era brindado por ela com um mate-doce e leite.

Relembrar de momentos assim soa nostálgico. Mas é necessário recordar histórias e conselhos, de que nada cai do céu e sim, é fruto de muito trabalho, e sobretudo também, das lições de respeito e educação com o próximo. São ensinamentos para a vida e que, de alguma forma, precisa ser repassado cedo às crianças, dentro da própria família, se quisermos ter cidadãos civilizados no futuro.

Este artigo foi publicado no Jornal NH (Novo Hamburgo, RS, Brasil) de 17 de julho de 2010

quinta-feira, julho 15, 2010

Let’s fall in love

*Kellen Baesso | www.twitter.com/kellenbaesso

Carente de minhas séries que estão em férias, vou fuçando aqui e ali para encontrar produções novas que me agradem. Uma que me fisgou foi The Secret Life if The American Teenager, da ABC Family, com criação de Brenda Hampton. Vamos ao enredo:

Amy é uma adolescente de 15 anos, acaba de entrar no "ensino médio", onde geralmente muitas descobertas e aventuras ocorrem. Ela não é a mais popular da escola, faz parte da banda, não tem namorado e tem duas melhores amigas, Madison e Lauren. Mas começa o ano com uma novidade nada agradável, principalmente em sua idade: está grávida.

Parte das férias de Amy foram no acampamento da banda e foi lá que ela conheceu Ricky, o garanhão da escola. O garoto tem uma necessidade imensa conquistar todas as garotas que vê pela frente e se gaba muito por isso. Em um "descuido" Amy se deixou levar pelas palavras do conquistador e o resultado foi a gravidez. O tema central da série é a vida escolar, como o sexo afeta a vida na adolescência e a gravidez indesejada nessa idade.

Atualmente a produção está em sua terceira temporada. A estreia não foi elogiada pelos críticos, mas agradou bastante os espectadores da emissora e bateu recordes de audiência. O fim da primeira temporada bateu em número de audiência a badalada série Gossip Girl.

Outros personagens são importantes na trama: Grace e Jack são um casal cristão que no início defendem o sexo após o casamento, mas durante a temporada vão mudando de opinião; Adrian é a "pegadora" da escola e adora a fama que tem; Ben é pouco popular e se apaixona por Amy sem saber de sua gravidez, quando descobre a apoia incondicionalmente (devo acrescentar que são muito fofos juntos); Henry e Alice são os únicos amigos de Ben e formam um casal nerd. Ashley é a irmã caçula de Amy, muito esperta e ligada, saca tudo só de olhar. Há ainda os pais dos personagens, que além dos problemas dos filhos, precisam lidar com os próprios.

A primeira temporada nos apresenta esses personagens e os dramas de cada um, começando pela gravidez de Amy. Enfim, uma série muito interessante, que acompanha as consequências de atos impensados, de traumas sofridos na infância, de se lutar para ficar perto de quem se ama e muito mais. Confira!

quarta-feira, julho 14, 2010

Todos são bonzinhos na tela da TV

*Anderson Paes | www.twitter.com/andersonpaes

Passado o circo temos que pensar no pão. Quem vai jogá-lo ao povo nos próximos anos? Aqui em Santa Catarina, por exemplo, há uma alternância constante da mesma “coisa”. Talvez sejamos dos povos mais ingênuos politicamente – outros usarão adjetivos diferentes. Mas tanto no governo estadual quanto federal a escolha é difícil.

Em época de campanha sempre surge um estranho coletivismo, ou melhor, um egoísmo coletivo. São eleitores que votam pensando como podem lucrar mais com a escolha “certa”, competindo com elegíveis querendo tirar proveito da bagunça fiscal em que vivemos.

Hipocrisia deles e nossa. Todos são bonzinhos na tela da TV. Há, no entanto, uma falsidade crônica em palavras nem sempre pensadas pelos próximos mandatários. Lobos que contratam ovelhas para tentar enganar o rebanho. E faz tempos estamos na mesma. Fomos domesticados. Cada um pensa na sua ração – o pão.

“Cada um por si e Deus por todos!”, dizem no alto do palanque, enquanto desfazem nossa consciência coletiva. Revolução dos bichos basta a de George Orwell! E riem com altos salários e ajuda de custo; com férias duas vezes ao ano e auxílio viagem; auxílio paletó – quer mais!?

As coisas vão mudar quando houver unidade. Quando a sociedade pensar no espaço público e exigir o mínimo de respeito. Quando os eleitos forem os de interesse público e não privado ou pessoal.

Há democracia ou algum tipo pulverizado de “egocracia”?

— Domesticados, hum!?

terça-feira, julho 13, 2010

É inverno no Sul

*Gabriel Guedes | www.twitter.com/gabrielzguedes



"Quando os ventos de mudança sopram, umas pessoas levantam barreiras, outras constroem moinhos de vento" – Erico Veríssimo

É inverno no Rio Grande do Sul. E os plátanos da Serra Gaúcha, com suas folhas amareladas no final de junho, eram prenúncio de que o frio estava por perto...

segunda-feira, julho 12, 2010

Não é bem assim

*Guilherme Marcon | www.twitter.com/guimmarcon

Circulam na internet há algum tempo e-mails a respeito do auxílio-reclusão, benefício da previdência social devido à família do preso, chamando tal benefício de bolsa-preso, bolsa-bandido, etc. Essas mensagens contém informações completamente erradas e a veiculação das mesmas é no mínimo uma atitude irresponsável, já que o conteúdo causa muita revolta em quem as lê.

Em primeiro lugar, o(s) autor(es) do texto se equivocam a respeito do destinatário do benefício. Não é o preso quem receberá o auxílio-reclusão, mas sim os seus dependentes (esposa e filhos, às vezes até irmãos e pais, desde que comprovem a dependência financeira).

Conforme o artigo 80 da Lei nº 8.213/91, o auxílio-reclusão será devido, nas mesmas condições da pensão por morte aos dependentes do segurado recolhido à prisão, que não receber remuneração da empresa nem estiver em gozo de auxílio-doença, de aposentadoria ou de abono de permanência em serviço. Ou seja, esse benefício visa a socorrer os dependentes do preso, que nada têm a ver com o crime que ele cometeu.

Em segundo, não é “qualquer” preso que tem direito, ou melhor, não são os parentes de qualquer preso que têm o direito ao AR. Para que os dependentes recebam o auxílio o recluso deverá ter, na época do recolhimento à prisão, a qualidade de segurado. E o que significa isto? Significa estar filiado à previdência. Em regra, basta contribuir 1 vez para adquirir a qualidade, para perder, a regra é de até 12 meses após ser despedido do emprego ou ter encerrado um auxílio-doença. Isto é, o preso exercia atividade formal (carteira assinada).

Feito esse esclarecimento, resta a confusão quanto ao valor. No e-mail a respeito do bolsa-preso o autor afirma que é um absurdo que a maioria dos brasileiros trabalhem o dia inteiro pra ganhar R$ 510,00 por mês enquanto um criminoso faz mal à sociedade e recebe de presente a quantia mensal de R$ 798,30.

Como já dito, o presente não é para o preso, além disso, o valor de R$ 798,30 – atualmente R$ 810,18 – é o salário de contribuição e não o “salário” que o(s) dependente(s) receberá(ão). Salário de contribuição é o valor base sobre o qual o segurado recolhe sua contribuição para o INSS. É o salário que ele recebia enquanto trabalhava (o anotado na carteira de trabalho).

Esse valor de R$ 810,18 é o teto para concessão do benefício. Ou seja, se o preso recebia, em média, um salário de R$ 810,19 ou mais, seus familiares não têm direito ao auxílio-reclusão.

O valor do benefício a ser recebido pelos dependentes corresponde à média dos 80% maiores salários recebidos pelo recluso que resultará, obviamente, sempre inferior ao teto do salário de contribuição. No caso de segurados especiais (trabalhadores rurais que não contribuem) o benefício terá o valor mensal de um salário mínimo.

O auxílio-reclusão não é, portanto, nenhuma bolsa nova do Lula pra preso, é um auxílio prestado aos dependentes do preso que não têm culpa pelo que o praticante do crime fez e merecem usufruir dos direitos disponibilizados pela previdência social, assim como os demais segurados que pagaram/pagam pra isso.

segunda-feira, julho 05, 2010

As nossas outras Copas

*Gabriel Guedes | www.twitter.com/gabrielzguedes

Daniel Alves desaba após eliminação pela Holanda (Foto: Estadão.com.br)

O assunto mais comentado dos últimos quatro dias nas rodas de conversa, paradas de ônibus, elevadores em edifícios e botecos é a saída precoce da seleção brasileira do mundial de futebol da África do Sul. O fato só não é mais desolador porque nossos “hermanos” argentinos deixaram a competição no dia seguinte e de forma mais vergonhosa do que achávamos que a seleção canarinho tinha se despedido do continente africano. No entanto, se por um lado, agora podemos chacotear ainda mais dos fãs de Diego Maradona e torcedores rivais, por outro, eles têm motivos melhores ainda para rir de nós, brasileiros.

Abandonando a rivalidade no futebol, a verdade é que enquanto já erguemos cinco vezes a taça como os melhores no esporte, os argentinos já levaram também vários outros troféus em duas competições: o da qualidade de vida e da educação. O Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento (Pnud) colocou nosso vizinho mais uma vez como líder na América Latina no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), nos dados mais recentes de 2007. Número que leva em conta números da longevidade, qualidade de vida e educação, posiciona a Argentina como a 38ª nação melhor desenvolvida e o Brasil como 70ª, separados por países como Costa Rica, Cuba e Malásia.

Na educação, em especial, temos 90% da população que sabe ler e escrever, mas do outro lado do Rio Uruguai, a taxa de alfabetização é de 97,6%. A diferença parece pouca, mas neste quesito eles ocupam a posição 53ª e nós a 95ª. Um abismo. Na saúde pública, ainda persistem problemas crônicos. No final de maio, em reportagem no ABC Domingo, mostrei a situação dos municípios de Araricá e Nova Hartz e que sequer possuem sistema de água tratada em pleno ano de 2010.

Resultado de tantas falhas, nossa nação segue sem faturar esta competição e ainda leva uma legítima goleada há mais de 30 anos, tempo em que estamos atrás, além da Argentina, de Chile e Uruguai. Isso sim é tão humilhante quanto perder de quatro gols de diferença para a Alemanha.

Em 2014 será nossa vez de sediar uma Copa do Mundo. Porto Alegre, Vale do Sinos e todo Rio Grande do Sul já se credenciou a uma das sedes do torneio no Brasil, no anseio de abrigar duas ou mais seleções de futebol. Mas se quisermos conquistar o hexacampeonato dentro das quatro linhas, fora dela, primeiramente, teremos que virar o jogo do desenvolvimento, num esforço tão descomunal quanto o que o time de Dunga deveria ter feito para reverter a derrota contra a Holanda. Caso contrário, teremos que assistir a mais um passeio dos argentinos.

sexta-feira, julho 02, 2010

Elas podem chorar

*Eduardo Daniel | www.twitter.com/eduardosdaniel

Não tem quem sofra mais com uma eliminação da Seleção Brasileira de uma Copa do Mundo que as crianças. São delas as fotos mais marcantes e as lágrimas mais sinceras. Para elas pouco ou nada importam as táticas, os antecedentes e as consequências políticas de decisões na Seleção.

A emblemática capa do Jornal da Tarde de 1982 diz tudo.



Se o fotógrafo quer encontrar uma imagem para estampar uma derrota, ele vai mirar sua lente para uma criança inconsolável. Para ela, com seus cinco, seis, oito, dez anos, quatro representam quase uma eternidade. A vida de quem tem dez é muito diferente da de quem tem 14. Enquanto a vida de quem tem 30, pouco muda em relação a quem tem 34.

Privilegiados somos nós que “recém” conquistamos duas Copas: 1994 e 2002. E a geração que esperou do tri em 70 até o tetra para ver a seleção novamente campeã? Quantas crianças não viram passar por seus olhos infantes a chance de comemorar um título mundial?

É por isso que elas choram, incoscientemente deve ser por isso.
 

CONTATO
Colaboradores Ana Carla Teixeira, Anderson Paes, Camila Rufine, Carlos Karan, Deyse Zarichta, Eduardo Daniel, Emanuela Silva, Emanuelle Querino,
Emmanuel Carvalho, Fabiano Bordignon, Fabrício Espíndola, Francine de Mattos, Gabriel Guedes, Germaá Oliveira, Guilherme Marcon, Isabel Cunha, Kellen Baesso, Manuela Prá, Patrícia Martins, Thiago Antunes, Thiago Schwartz, Tiago Tavares, Valter Ziantoni,Van Luchiari, Vanessa Feltrin, Vitor S. Castelo Branco, Viviany Pfleger

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