Era junho. Durante uma viagem a trabalho, fui informado que minha avó havia falecido. Desembarquei em Joinville, procurei voltar para Tubarão o mais rápido possível, mas as empresas de ônibus conspiraram para me fazer esperar a madrugada inteira para chegar em Tubarão.
Cheguei por volta das nove horas, deixei as malas em casa e fui direto para a funerária onde o velório estava acontecendo. As condolências, a tristeza, o inconformismo, tudo estava ali, como era de praxe naquele local.
Uma parente, que fazia salgadinhos de festa, providenciou um arsenal de coxinhas e refrigerante para alimentar os que haviam passado a noite velando Dona Tereza. Poucos comiam, não era de bom tom.
Em um determinado momento, precisei ir ao banheiro. O banheiro da funerária era muito bem equipado, possuía uma bela pia, um vaso sanitário branco, com descarga que permite a escolha do fluxo de água da descarga, entre outras modernidades.
Fiz o que tinha que ser feito, apertei o botão de descarga errado para a atividade, lavei as mãos e peguei duas folhinhas de papel-toalha (apenas duas são suficientes). Fiz uma bolinha e estiquei a mão para jogar na lixeira.
Não havia sido avisado que a lixeira, assim como o resto dos aparatos do banheiro, era muito moderna e possuía um sensor de movimento que abria a tampa automaticamente.
- Vó?
Definitivamente, coisas com sensores de movimento em funerárias não são legais.