Anderson Paes | www.twitter.com/andersonpaes
Num escritório em Florianópolis (SC) alguém dá a ordem de impressão para as faturas do mês. Um outro a recebe e aperta um botão. O sinal do computador prontamente é enviado à impressora, que se move e marca no papel caracteres e gráficos em preto, azul e vermelho.
Tudo isso graças à energia elétrica que alimenta os aparelhos cinzas naquelas salas, extraída muito provavelmente das usinas térmicas a carvão do litoral sul catarinense – ou talvez de alguma pequena hidrelétrica, limpa, mas que causou impacto relevante à região em que está. E ainda tem o papel, que motivou a derrubada de algumas árvores.
E com tudo impresso, uma folha em especial será dobrada, posta num envelope, e seguirá até o seu destinatário – cerca de 130 km dali. Consumindo combustível fóssil, poluindo o ar, e contribuindo negativamente para o pesado e arriscado trânsito da, em obras, BR-101 Sul.
A correspondência então chegou: uma fatura da operadora de telefonia TIM. Ao abrir a carta o destinatário lê seu conteúdo e ri, espantado. O valor: R$0,06. “Não paga nem o papel da conta”, afirma. Quem dirá o processo todo!?
Nos últimos anos as empresas têm criado cada vez mais uma imagem de “empresa amiga do meio ambiente” ou qualquer coisa parecida. A questão ambiental está em alta. Ao mesmo tempo, ignoram tudo isso por seis centavos. Vale a pena?
Imagem da fatura que chegou a um cliente TIM, da cidade Laguna (SC).
Isso não acontece apenas com a TIM. Acredito que os bancos de dados das empresas não estejam programados para levar em consideração cálculos individuais e sim o total “a receber”. Enfim, máquinas não pensam no meio ambiente – sequer pensam nas pessoas, como aquelas gravações de menu. Pessoas pensam no meio ambiente. Pessoas pensam em pessoas.
2 comentários:
Provavelmente estes são casos isolados. Os que pagam centenas cobrem este custo.
http://g1.globo.com/videos/parana/v/cliente-recebe-conta-de-2-centavos-de-telefonica/1445348/#/ParanáTV1/page/12
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