*Anderson Paes | www.twitter.com/andersonpaes
Todo tipo de idealismo parece ter morrido. O que temos hoje são resquícios de tudo e de nada, distorções e mutações de todos os gêneros; e de todas as formas de governo conhecidas, não houve uma que não tenha tomado gosto pelo poder e usado isto em benefício próprio. Do ideal comunista vimos surgir o autoritarismo – da igualdade pela mão de ferro –, e do capitalista o consumismo – do quanto mais, melhor e para o bolso de poucos.
De toda forma, parte do mundo está migrando do consumismo – que ainda predomina – para um liberalismo real. Não aquele liberalismo econômico padronizado dos clássicos de economia, mas um que também possibilita a liberdade de pensamento. Um liberalismo mais social. A humanidade parece ter adquirido nestes últimos anos uma certa consciência de que a informação e a capacidade de pensar traz benefícios não só para o indivíduo, mas também para a sociedade. Pois é verdade que produzimos mais informações nos últimos 50 anos do que em vários outros séculos de História.
É claro que, em muitos lugares, muita gente ainda está longe disso. Além das limitações promovidas pela influência dos idealismos do passado – fatores econômicos, por exemplo –, há ainda os limitadores sociais – questões como o analfabetismo e a fome. Mas também se vê, em algumas regiões, o povo a escapar de dogmas – gerais, não somente os da fé –, e que a ciência tem possibilitado novas ideias – por mérito do acesso à informação. Ideias que podem mudar ainda mais o mundo.
Temos muito ainda para refletir e desenvolver, mas a saída desta mais recente crise econômica mostra que o mundo se reergueu com novas ideias, como novos anti-corpos. A crise ainda provou que o liberalismo atual não era lá muito liberal e que o Estado ainda é parte importante deste sistema. Mas agora, com as coisas voltando aos eixos, pode-se planejar uma nova estratégia para a economia – para que os erros não se repitam. E o papel do Estado não deve voltar a ser o proposto pelo capitalismo ou comunismo – como alguns acusaram o governo de Barack Obama, pós-crise –, nem por outros tantos ...ismos.
Resta a esperança de que se faça um Estado-Livre, planejado para que sua população tenha tempo de receber uma formação adequada e livre. O que só teremos depois de uma consciente disputa eleitoral e da pressão popular por resultados das ações dos eleitos. Bem, como disse: liberdade e esperança – ainda sonhos.
0 comentários:
Postar um comentário