*Eduardo Daniel | www.twitter.com/eduardosdaniel
Quando Sasha escreveu sena no Twitter de Xuxa, justificado em seguida pela desculpa de sua mãe de que a menina fora alfabetizada em inglês (scene?) e quando Vanusa, executou o Hino Nacional Brasileiro no Primeiro Encontro dos Agentes Públicos do Estado de São Paulo da forma que todos viram, erguemos nossas foices e tochas incendiárias e partimos à forra como caçadores de bruxas na Idade Média.
Só esquecemos de olhar para nossos próprios traseiros e descortinar o véu da ignorância em que vive grande parte dos brasileiros no quesito respeito ao Hino Nacional e à Língua Portuguesa.
No caso de Sasha, a mãe poderia ter sido mais humilde em sua defesa, dizer que todos erram, ao invés de partir para a esnobação ao falar que a filha foi alfabetizada em inglês.
O erro é como um pequeno demônio à espreita do menor deslize.
Sasha é uma criança, que como qualquer outra nos dias atuais, se diverte em suas teias virtuais. Dados dão conta de que no Brasil o número de analfabetos é de 16 milhões. Eu ainda acrescento gente fina, importante, dona de fortuna, que não só é mal educado, literalmente, como também o é em termos comportamentais.
Quantos endinheirados você conhece que jamais leram um livro, na escrita são um horror, cometem os erros de português mais absurdos, desconhecem a história regional, nacional e mundial, e em conhecimentos gerais são verdadeiros fracassos?
Da Vanusa, não entrarei no mérito de suas alegações para os erros durante o hino, mas pedirei uma reflexão a nós: quantos brasileiros sabem cantar o Hino Nacional? Talvez nem a própria Vanusa o saiba, pois estava com uma pasta que devia ser a letra em um púlpito.
Vem de berço a ideia repugnante de que nosso hino é difícil. A criança com a idade contável nos dedos de apenas uma das mãos provavelmente ouviu que nossa canção maior é complicada. Mas como decoram funks, sertanejos, forrós, pagodes e orações de trás para frente e de frente para trás?
Vi muito analfabeto malhando a Sasha e muita gente que jamais cantou o Hino Nacional corretamente às gargalhadas assistindo a Vanusa. A turba ignara esbaldou-se nestes dias, mas não colocou um espelhinho nas “póprias” mazelas.
domingo, setembro 06, 2009
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2 comentários:
exatamente.
No final da década de 80, início da de 90, era moda os adolescentes decorarem Faroeste Caboclo, do Legião Urbana, uma música que tinha aproximadamente 170 versos. Mais que o dobro do Hino Nacional (50 versos, divididos em duas partes).
É praticamente uma obrigação decorar o hino.
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