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Destaque Quitandas e a volta aos tempos românticos Thiago Schwartz


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sexta-feira, fevereiro 04, 2011

O preço que se paga

Anderson Paes | www.twitter.com/andersonpaes

Num escritório em Florianópolis (SC) alguém dá a ordem de impressão para as faturas do mês. Um outro a recebe e aperta um botão. O sinal do computador prontamente é enviado à impressora, que se move e marca no papel caracteres e gráficos em preto, azul e vermelho.

Tudo isso graças à energia elétrica que alimenta os aparelhos cinzas naquelas salas, extraída muito provavelmente das usinas térmicas a carvão do litoral sul catarinense – ou talvez de alguma pequena hidrelétrica, limpa, mas que causou impacto relevante à região em que está. E ainda tem o papel, que motivou a derrubada de algumas árvores.

E com tudo impresso, uma folha em especial será dobrada, posta num envelope, e seguirá até o seu destinatário – cerca de 130 km dali. Consumindo combustível fóssil, poluindo o ar, e contribuindo negativamente para o pesado e arriscado trânsito da, em obras, BR-101 Sul.

A correspondência então chegou: uma fatura da operadora de telefonia TIM. Ao abrir a carta o destinatário lê seu conteúdo e ri, espantado. O valor: R$0,06. “Não paga nem o papel da conta”, afirma. Quem dirá o processo todo!?

Nos últimos anos as empresas têm criado cada vez mais uma imagem de “empresa amiga do meio ambiente” ou qualquer coisa parecida. A questão ambiental está em alta. Ao mesmo tempo, ignoram tudo isso por seis centavos. Vale a pena?


Imagem da fatura que chegou a um cliente TIM, da cidade Laguna (SC).

Isso não acontece apenas com a TIM. Acredito que os bancos de dados das empresas não estejam programados para levar em consideração cálculos individuais e sim o total “a receber”. Enfim, máquinas não pensam no meio ambiente – sequer pensam nas pessoas, como aquelas gravações de menu. Pessoas pensam no meio ambiente. Pessoas pensam em pessoas.

quinta-feira, fevereiro 03, 2011

Custo de vida, desemprego e gente apegada ao poder

Anderson Paes | www.twitter.com/andersonpaes

E a Tunísia viu que podia reclamar dos altos preços dos alimentos, do desemprego e corrupção. O povo foi às ruas e destituiu seu presidente – que abandonou o país rumo à Arábia Saudita. A discussão política ainda segue, ofuscada pelo capítulo egípcio.

E se o povo de Túnis pode, por que não no Cairo? O Egito, inspirado na atitude da Tunísia, exige a renúncia de seu presidente, Hosni Mubarak, de 82 anos – há 30 no cargo. O presidente, aos poucos, parece ceder à pressão popular – já diz que não será mais candidato nas próximas eleições. Sem números oficiais, a ONU diz que o número de mortos pode chegar a 300.

A revolta tunisiana serviu de exemplo em todo mundo árabe. No mesmo caminho estão Jordânia, Síria, Iêmen, Marrocos, entre outros. No Iêmen, o presidente desistiu de se candidatar à reeleição novamente. O rei da Jordânia nomeou um novo primeiro-ministro após protestos contra a política econômica adotada.

A população parece ter visto que pode mudar. Imagine quando os chineses, venezuelanos, cubanos, iranianos, dentre tantos outros, começarem a exigir algumas mudanças sinceras... aí sim haverá revolução popular – se nenhum líder quiser para si a revolução.

Entre presidentes e ditadores
Uma dúvida que surge em situações como essa é imposta pela mídia. Eles são sempre noticiados como presidentes, mas basta ter um protesto que viram ditadores. Por quê?
 

CONTATO
Colaboradores Ana Carla Teixeira, Anderson Paes, Camila Rufine, Carlos Karan, Deyse Zarichta, Eduardo Daniel, Emanuela Silva, Emanuelle Querino,
Emmanuel Carvalho, Fabiano Bordignon, Fabrício Espíndola, Francine de Mattos, Gabriel Guedes, Germaá Oliveira, Guilherme Marcon, Isabel Cunha, Kellen Baesso, Manuela Prá, Patrícia Martins, Thiago Antunes, Thiago Schwartz, Tiago Tavares, Valter Ziantoni,Van Luchiari, Vanessa Feltrin, Vitor S. Castelo Branco, Viviany Pfleger

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