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quarta-feira, dezembro 15, 2010

A crise que não deixa a Argentina

Anderson Paes | www.twitter.com/andersonpaes

Crise econômica, política e agora uma crise social. A República Argentina tem vivido uma constante mudança de humor nos últimos anos. Recentemente o Governo de Cristina Kirchner tem enfrentado críticas sobre a liberdade de imprensa e confrontou veículos de comunicação. Numa Argentina pós-crise econômica, com câmbio desvalorizado, os reclames surgem cada vez mais nas ruas.

Com grande parte da população na região de Buenos Aires, a pobreza e o desemprego aparecem nas praças e nos parques. Protestos constantes invadem o centro. Plaza de Mayo é o alvo da maioria deles. Alguns tornam-se acampamentos: “Mil dias conscientizando o povo de que há uma história que se segue negando”, diz uma das faixas em nome de herdeiros da guerra das Malvinas.


Protesto por trabalho e moradia, seguindo para a Plaza de Mayo. (Foto: Anderson Paes)

Mas foi com a decisão de retomar áreas invadidas por sem-terra que a crise social se agravou. Uma delas no Parque Indoamericano, dentro da Vila Soldati, reduto de imigrantes – a maioria bolivianos. A polícia então tentou cumprir a ordem de despejo no Parque, onde estavam cerca de 5.000 pessoas – conflito que deixou mortos e feridos. Para piorar ainda mais a situação, o chefe de governo da capital Mauricio Macri culpou a imigração ilegal pela desordem, com certo teor de xenofobia segundo a imprensa local.

Para o jornal Página 12, as palavras de Macri levaram ao conflito entre as vilas: os argentinos da Vila Lugano e os imigrantes da Soldati entraram em confronto – deixando mais feridos e promovendo mais atos de xenofobia. O jornal definiu como a “batalha entre pobres e ainda mais pobres”. As vilas são “equivalentes às favelas brasileiras”, diz o motorista Jorge Ramos.

A fala do mandatário portenho também fez com que a embaixadora da Bolívia na Argentina, Leonor Arauco, pedisse uma retratação pública do governante.

No fim da tarde de ontem (14) um acordo entre os governos de Buenos Aires e da Argentina era firmado para estabelecer regras para um processo de assentamento, financiado por ambos.


Outro problema

Lixo espalhado começa a tomar a frente de unidade do McDonald's. (Foto: Anderson Paes)

No centro da cidade o lixo faz parte do problema. Catadores de papel, alguns deles agora moradores de rua, reviram e espalham o lixo pela calçada em busca de recicláveis. A estudante catarinense Diulliany Rosa, que vive em Buenos Aires, conta que as praças também foram cercadas durante a noite, para impedir que os moradores de rua permaneçam por lá. “Agora eles estão na rua, literalmente, e as praças ficam fechadas à noite”, relata a brasileira.

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CONTATO
Colaboradores Ana Carla Teixeira, Anderson Paes, Camila Rufine, Carlos Karan, Deyse Zarichta, Eduardo Daniel, Emanuela Silva, Emanuelle Querino,
Emmanuel Carvalho, Fabiano Bordignon, Fabrício Espíndola, Francine de Mattos, Gabriel Guedes, Germaá Oliveira, Guilherme Marcon, Isabel Cunha, Kellen Baesso, Manuela Prá, Patrícia Martins, Thiago Antunes, Thiago Schwartz, Tiago Tavares, Valter Ziantoni,Van Luchiari, Vanessa Feltrin, Vitor S. Castelo Branco, Viviany Pfleger

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