*Thiago Schwartz | www.twitter.com/perereco
Essa semana comecei a ler O Pequeno Príncipe. Confesso que tinha certo preconceito contra esse livro, mas li. Devorei metade do livro em alguns minutos, e não pararia, não fosse o sono daquela quase madrugada.
O jeito como Saint-Exupéry escreve é algo de extraordinário. Frases curtas, diretas, mas ao mesmo tempo lúdicas, que nos fazem desdobrar as milhares de possibilidades de cada uma. A impressão é que, cada vez que lermos o livro, imaginaremos cenas totalmente diferentes, de tantas nuances possíveis para o pensamento conhecer.
De repente, consegui entender o que atrai tanto nesse livro: A simplicidade. Os fatos, por mais surreais, foram narrados com uma simplicidade tanta que os tornam corriqueiros, como se fizessem parte de nossas vidas há tempos, e só não nos damos conta disso por estarmos ocupados demais com nossas próprias visões de realidade.
Essa simplicidade faz com que nos aproximemos do personagem, e comecemos a enxergar a narrativa sob outra perspectiva. O princepezinho deixa de ser apenas um pedaço do livro e passa a ser uma espécie de companhia, como um amigo que viaja conosco através da história.
E é essa simplicidade que nos faz pensar. Talvez a vida seja mesmo simples, e as preocupações que impomos sobre ela acabam por nos impedir de enxergar o que há de realmente importante. Resolver problemas, ganhar dinheiro e pagar contas são coisas importantes sim, mas são apenas meios, não metas. Muita gente faz disso um objetivo e aos poucos vai esquecendo o pequeno príncipe de cada um, que está lá no asteroide, olhando a vida de cima, à espera de uma chance de descer e pedir um desenho de carneiro.
Sempre tive como livro favorito O Apanhador no Campo de Centeio. Caulfield e sua ranzinzice sempre foram parte importante na minha formação pessoal e pseudo-literária. Mas a partir de hoje, além de ter que cuidar de sua irmãzinha Phoebe, Holden terá a companhia de um garotinho loiro, de olhos verdes, que tem medo de baobás e revolve vulcões.
3 comentários:
E quando fores miss, já tens teu livro favorito! Brincadeira... Muito bom o texto. Acho que me encorajou para também ler esta obra do "Zé do Perri", como diziam os manezinhos da ilha em seus tempos de piloto postal com passagens por Florianópolis, no que é hoje, a Lagoa do Peri.
(também) não li ainda.
:S
Bonito, muito bonito...
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