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terça-feira, setembro 22, 2009

Honduras: pegaram o presidente de pijamas

*Emanuelle Querino | www.twitter.com/manuquerino

Uma confusão danada em Honduras. Você já deve ter visto alguma coisa na TV ou na Internet sobre isso, mas não é muito fácil de entender. Agora imagine lá, onde os meios de comunicação estão sob censura e a população nem sabia que tinha acontecido um golpe de estado. Só quem soube da novidade foi a pequena parcela da população que tem Internet e TV a cabo.

Honduras é um país muito pobre, com um dos piores índices de desenvolvimento econômico na América Latina. A economia é baseada na agricultura, de onde vem a maior parte da receita do país, gerada pelo trabalho de 4,8 milhões de pessoas.

O golpe aconteceu no domingo do dia 28 de junho deste ano. No dia 30 aconteceria um referendo proposto pelo presidente deposto, Manuel Zelaya, para saber se a população concordava em ter uma Assembléia Constituinte para fazer uma revisão na constituição do país. Mas existiam comentários de que isso era uma tentativa ilegal de derrubar uma lei que define que o mandato presidencial é de quatro anos, sem direito a reeleição. A Justiça, o Congresso e o Ministério Público decidiram que o referendo era inconstitucional.

Tanto a população a favor e a contra ao presidente começaram a fazer manifestações nas ruas da capital Tegucigalpa.

Confusão de objetivos

Zelaya diz que queria abrir caminho para uma constituição que favorecesse os pobres, (70% do país), e que o referendo era apenas para saber o que povo pensa. Por ser aliado do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, existe o medo que ele queira instalar o mesmo populismo socialista no país da América Central.

Sua oposição diz que na verdade, o presidente queria impor uma nova constituição que permita a reeleição. E que ele só foi preso, porque descumpriu uma ordem judicial.

Como o presidente foi deposto

Imagine acordar com ao som de tiros. Depois você é tirado da cama por militares mascarados e levado, ainda de pijamas para o aeroporto da capital. Você nem sabe para onde está indo e ainda tiram seu celular! Foi isso que aconteceu com Zelaya, presidente deposto.

Na tarde daquele dia 28 o congresso de Honduras fez uma sessão de emergência e votou a saída do presidente. Também leram uma suposta carta de renúncia, a qual Manuel Zelaya nega ter escrito. O presidente do congresso, Roberto Micheletti, assumiu a presidência interina de Honduras. Algumas horas depois de uma briga feia entre os cidadãos a favor de Zelaya e a polícia, Micheletti deu uma entrevista a Rádio Nacional dizendo que "não houve golpe de Estado e nem nada parecido".

Ele quer que os outros países acreditem que a sua chegada ao poder está de acordo com a constituição. O problema é que todos os países da América são contra o golpe militar e querem que Zelaya volte ao governo. Sobre isso, o presidente deposto disse que "um governo roubado, que surge pela força, não pode ser aceito, não irá ser aceito por nenhum outro país".

Mas a Justiça e o Congresso de Honduras afirmam que o governo interino vai continuar até as eleições gerais, em novembro.

Solução?

Da fronteira com a Nicarágua, ao sul de Honduras, Zelaya pediu o apoio do povo e principalmente de soldados e oficiais de alto escalão, para que eles se rebelem contra a cúpula militar. "Há muita gente sofrendo dentro de meu país. Resistimos firmemente 28 dias e não tem havido um minuto de descanso até que os usurpadores saiam", disse o presidente deposto.

Oscar Árias, presidente da Costa Rica, propôs medidas para acabar com a crise política, porém um dos pontos do projeto é a volta de Zelaya ao poder, e esta é uma questão indiscutível para o Exército e para Micheletti. Eles não vão deixar o governo.

O que piora a situação: os países que antes eram aliados agora começam a cortar auxílios a Honduras, que por ser muito pobre, precisa deles, principalmente em meio a crise econômica mundial.

Últimas informações

Manuel Zelaya conseguiu retornar ao país e está abrigado na embaixada brasileira. O presidente deposto diz que seu lema agora é “pátria, restituição ou morte”.

Nesta manhã a embaixada já estava sem energia elétrica e água. Houve conflito entre o exército do governo interino e manifestantes pró-Zelaya nos arredores da sede diplomática do Brasil.

A situação agora também é delicada para a diplomacia brasileira.

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Colaboradores Ana Carla Teixeira, Anderson Paes, Camila Rufine, Carlos Karan, Deyse Zarichta, Eduardo Daniel, Emanuela Silva, Emanuelle Querino,
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