*Anderson Paes | www.twitter.com/andersonpaes
O silencio das noites de uma cidade pequena, a escuridão quebrada por um distante semáforo a piscar pode se repetir nas outras noites desta segunda semana de agosto. Durante o dia, a movimentada Avenida Marcolino Martins Cabral, no centro de Tubarão (SC), perde alguns de seus carros barulhentos e mostra seu asfalto.
A cidade não parou completamente, mas a decisão da governo municipal de suspender as aulas nas escolas públicas fez com que outras entidades particulares tomassem a mesma atitude.
Um basta na coletividade, nos cumprimentos calorosos, na preguiça de lavar as mãos. O medo real e concreto fez mudar algumas atitudes sociais. E apesar de ouvir por aí que a nova gripe mata tanto quanto a velha conhecida, as pessoas estão desconfiadas com tantos números e más notícias repetidas.
Aqui em Tubarão, cidade com menos de 100 mil habitantes, já são mais de 100 casos suspeitos, alguns confirmados – inclusive uma morte –, e outros ocultos. Sim, existem casos ocultos nessa história de pandemia. Para evitar o pânico. Afinal, gente em pânico é como uma decisão unânime do Congresso: irracional.
Nos dois hospitais da cidade e numa outra clínica particular, as pessoas recorreram à máscara. Trocam olhares desconfiados, tossem disfarçadamente. Até nos elevadores, nos prédios residenciais, parecem todos agitados, com pressa – feito formigas em dia de chuva. O medo tomou conta. Fez meio mundo parar e está nos olhares.
E a chuva, que de longe assustava, chegou.
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