*Eduardo Daniel | www.twitter.com/eduardosdaniel
Quem tem criança em casa sabe que vez ou outra é necessário apelar para a contagem progressiva do um até o três, a fim de fazer o pequeno rebelde acatar a uma ordem.
Contamos acentuando a voz e pausadamente estancamos no dois. No três, a criança deve ter cumprido o que lhe foi ordenado. Dificilmente, quando somos convincentes, chegamos ao três.
Acontece que na Região de Tubarão, cidade ao Sul de Santa Catarina, alguns políticos parecem adorar o “um, dois, três!”.
Passamos quase oito anos ouvindo discursos sobre a construção de um banheiro público e um mero banheiro público foi tratado como a construção de uma ponte e até hoje, não só não temos sinal dele, como parece que esqueceram sua construção.
E por falar em ponte, agora a promessa é uma ponte ligando diretamente Tubarão à Capivari de Baixo (ex-bairro tubaronense). Essa ideia me fez pensar naqueles números infantis.
— Um... Dois... – E param no dois.
No dois também estão, aliás, a construção de pelo menos mais duas pontes sobre o Rio Tubarão. Além da construção do novo presídio regional, um canil, uma arena multiuso, o aeroporto em uma cidade vizinha, a duplicação da BR-101, a transformação da antiga rodoviária em um centro cultural, a inter-praias, a ponte do Bairro Congonhas no limite com Jaguaruna (local do aeroporto), entre outros.
Antes que queiram me queimar na Praça 7 de Setembro, justifico as obras estaduais e federais neste rol, porque são itens a estar todos os dias na agenda de nossos representantes para as devidas fiscalizações e cobranças dos responsáveis.
Ao invés de terminarem o que muitas vezes nem iniciaram, entram num jogo de vaidades e cada um quer criar a sua criança.
Se no nordeste a seca é uma eterna provedora de votos, esses projetos intermináveis são a nossa seca.
Com tanta obra sem ao menos ter visto uma licitação, surge agora mais uma ponte e a construção de um hospital regional.
Alguém mais acredita nesta classe?
É tal qual como com as crianças. O dia em que você chegar no três e não tomar uma atitude, não adianta a posteriori olhar feio e contar com todo o ódio possível até dez. Ela vai dar de ombros e gargalhar.
Sigam assim caros políticos. Só não reclamem depois...
0 comentários:
Postar um comentário