*Eduardo Daniel | www.twitter.com/eduardosdaniel
Estou pra ver homem de santo tão forte quanto o do escritor, ex-presidente da república e senador José Ribamar Ferreira de Araújo Costa (quem? José Sarney, que utiliza o nome do pai, Sarney de Araújo Costa, desde 1965).
Não deve ser a toa que o maranhense, senador, curiosamente, pelo poderosíssimo Amapá há 19 anos, foi o 31º presidente do Brasil. Pois então, notou a mística? Inverteu 31º? Brasil, il, il!
Quem pensa apenas no presente pra dizer que Sarney é um cabra de sorte precisa esticar a memória. Tudo bem que ele deve estar tão feliz quanto a Revista Veja (que vende como água, capas de tragédias), com a queda do avião da Air France, a morte de Michael Jackson e a conquista da Copa das Confederações pela Seleção Brasileira.
Para cada fato desses, José Sarney, autor de mais de 22 livros e dono da cadeira número 38 da Academia Brasileira de Letras, deve agradecer a São Fidelis de Sigmaringa, o santo do dia 24 de abril, seu nascimento.
Ou alguém assiste na TV mais do que três minutos algo sobre os escândalos envolvendo o senador e seus queridos parentes?
Coincidências a parte, a família Sarney controla o conglomerado Sistema Mirante de Comunicação, dono de três retransmissoras de televisão (afiliadas à Rede Globo), seis emissoras de rádio e o jornal O Estado do Maranhão.
Mas lá atrás, há exatos 24 anos, num dia 21 de abril, a sorte sorria com todos seus dentes imaculados para o “dotô” José Sarney. Quando morreu Tancredo Neves de causas até hoje fantasiadas pelos paranóicos, Sarney tornou-se presidente da Terra de Vera Cruz e os bons ventos parecem nunca mais ter parado de soprar em seu rosto.
A sorte de Sarney está ali, penduradinha nele, zombando das nossas caras, enquanto o presidente do Senado nomeia seus protegidos e os paga com dinheiro que não é dele.
No final disso tudo, é só escolher o sabor e não esquecer de pedir a borda com catupiry.
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*Eduardo Daniel é jornalista, crê na Justiça apesar dos pesares, mas por via das dúvidas, pra não alimentar os parasitas, prefere mesmo é votar nulo.
1 comentários:
Pois, "eis o mistério da fé".
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