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Destaque Quitandas e a volta aos tempos românticos Thiago Schwartz


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quinta-feira, março 04, 2010

Para matar o tempo

*Eduardo Daniel | www.twitter.com/eduardosdaniel

Certamente este ano, assim como os últimos, passara rápido demais para a nossa superficial compreensão. E não é porque em 2010 teremos Copa do Mundo e Eleições, mas é porque só ficamos sem fazer nada quando estamos dormindo.

Os apetrechos tecnológicos fazem parte de um arsenal que nos serve ao bel prazer de ver o tempo passar mais depressa do que a natureza deveria conceber.

Não faz muito tempo, a TV “fechava” pouco depois da meia-noite. Hoje, os canais por assinatura estão aí com transmissões específicas 24 horas por dia, com conteúdo, muitas vezes, ao vivo e atulizado frequentemente.

As redes sociais virtuais permitem que tomemos conhecimento de notícias das mais relevantes às mais tolas e individuais.

Mesmo os aparelhos celulares nos são úteis nos momentos de espera, com acesso a internet ou como plataforma para joguinhos.

Definitivamente poucos se dão ao exercício da contemplação. Por vezes sinto inveja de um cachorro, quando o vejo deitado à sombra de uma árvore, vendo a vida passar para ele, como passou para seus ancestrais: minuto após minuto, com calma, tudo à seu tempo.

Nossa ansiedade de consumo nos encaminha para um futuro de cada vez menos reflexão. Isso porque, refletir requer tempo ocioso e paciência.

Aposto que você já ouviu – ou já falou – que já estamos em março e este ano já está “voando”. E a cada dia essa sensação aumenta. É possível, porém, que no tempo de nossos avós ou até mesmo no de nossos pais, os dias, as semanas, os meses e os anos parecessem mais longos. E por que?

Porque existia a contemplação. Existia a conversa. As casas, por exemplo, possuiam muitos sofás e poltronas, além de enormes sacadas. Sem energia elétrica, aparelho televisor e demais avanços que hoje são corriqueiros, o tempo escorria num fio fino. Hoje, o tempo avança em corredeiras, indomado.

Desde os primeiros momentos da manhã até a hora de dormir, estamos em alguma atividade. Tomamos café recebendo informação, almoçamos recebendo informação, dirigimos da mesma forma. E quando não temos o que fazer, procuramos algo para “matar” o tempo.

Se isto é bom ou ruim, só o tempo, com toda sua pressa atual, dirá.

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Colaboradores Ana Carla Teixeira, Anderson Paes, Camila Rufine, Carlos Karan, Deyse Zarichta, Eduardo Daniel, Emanuela Silva, Emanuelle Querino,
Emmanuel Carvalho, Fabiano Bordignon, Fabrício Espíndola, Francine de Mattos, Gabriel Guedes, Germaá Oliveira, Guilherme Marcon, Isabel Cunha, Kellen Baesso, Manuela Prá, Patrícia Martins, Thiago Antunes, Thiago Schwartz, Tiago Tavares, Valter Ziantoni,Van Luchiari, Vanessa Feltrin, Vitor S. Castelo Branco, Viviany Pfleger

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