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segunda-feira, dezembro 07, 2009

Trilogia

*Camila Rufine | www.twitter.com/camilarufine

Outubro, novembro e dezembro. Abóbora, peru e Papai Noel. Exatamente nessa ordem.

E é melhor não falar em outra coisa em cada período, pois algo pode dar muito errado. Digo isso com a experiência de quem passou menos de três meses aqui e a perspicácia de qualquer asno. Pois não é preciso ser Eienstein para notar que os americanos levam mesmo a sério os seus feriados.

Quando cheguei aqui, no finalzinho de setembro, já pude notar o excesso de adornos macabros nas casas. Meu host me explicou que já eram para o Halloween, festa que seria comemorada apenas um mês a diante. Nesse período, as lojas se abarrotaram de fantasias, guloseimas em versão mini (para os doces ou travessuras) estoques de maquiagem a la Família Adams e sangue feito de glucose. No dia 31 de outubro, ao se andar pelas ruas, era quase impossivel se deparar com alguém que não estivesse fantasiado de alguma coisa. E pasmem, os americanos podem ser muito criativos.

Já na primeira semana de novembro, assustei-me ao ver que os adornos macabros tinham desaparecido, dando lugar a perus infláveis (que não deixam de ser macabros), índios e peregrinos. Nas lojas, perus de tamanhos naturalmente inconcebíveis e adornos campestres passaram a ser expostos com destaque, juntamente aos ingredientes da torta de abóbora e da caçarola de vagens, que são duas das comidas típicas do feriado. Assim foi até o dia 25, quando as famílias se reuniram para comemorar a festa em agradecimento às coisas boas que aconteceram durante o ano e para a janta, que é servida às 2h da tarde. No dia de Thanksgiving decidi que os americanos podem ser também muito óbvios, pois na casa das outras au pairs, foram servidos exatamente os mesmos pratos que na minha.

Interessante que nos dias seguintes os adornos típicos do novembro não tinham sumido. Pois era a Black Friday (Sexta-Feira Negra), dia em que todas as grandes lojas abrem de madrugada oferencendo promoções absurdas. E ninguém tem tempo de desenfeitar a casa quando um computador que custava 700 dólares está sendo vendido a 300. Mas tudo voltou ao normal a partir de terça-feira, dia primeiro. Hoje, quase todo mundo já colocou luzinhas, guirlandas e trenós na frente de casa (ou dos carros), já tirou dos armários os agasalhos típicos de natal e começou a visitar lojas com frequência a fim de consumir presentes para seus entes e amigos queridos.

E nessa brincadeira, eu vou entrando na onda. Comendo comidas pra lá de industrializadas e gastando minhas economias em fantasias que não usarei mais ou em presentes que serão colocados de canto no dia seguinte. Fiquei curiosa para saber qual será o feriado-febre de Janeiro. Mas minha host-mãe garantiu que depois do natal, aqui na América só se vive a Cabin Fever (Febre da Cabana), termo que eles usam para designar o desespero que dá nas pessoas trancafiadas em casa por causa do inverno.

Nada mais justo, pois qualquer trilogia que se preze é composta apenas de três edições, né não?

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CONTATO
Colaboradores Ana Carla Teixeira, Anderson Paes, Camila Rufine, Carlos Karan, Deyse Zarichta, Eduardo Daniel, Emanuela Silva, Emanuelle Querino,
Emmanuel Carvalho, Fabiano Bordignon, Fabrício Espíndola, Francine de Mattos, Gabriel Guedes, Germaá Oliveira, Guilherme Marcon, Isabel Cunha, Kellen Baesso, Manuela Prá, Patrícia Martins, Thiago Antunes, Thiago Schwartz, Tiago Tavares, Valter Ziantoni,Van Luchiari, Vanessa Feltrin, Vitor S. Castelo Branco, Viviany Pfleger

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