*Camila Rufine | www.twitter.com/camilarufine
Acho que herdei uma maldição genética. Assim como minha mãe, empolgo-me com a propaganda que os outros fazem sobre determinada coisa e sempre me decepciono. É assim com filmes, músicas e comidas, etc. E foi quase exatamente assim com o dia posterior ao natal americano.
Cega pelos comentários sobre o absurdo que são as promoções pós-hollidays feitos pela minha host-mãe, convenci duas amigas (também au pairs e brasileiras) a nesse sábado (26) de manhãzinha deixarem o conforto e comodidade dos respectivos edredons para praticar o consumismo em uma temperatura de 6 graus negativos.
Fiz até as contas pra não gastar das minhas economias mais do que o suficiente para deixar na conta apenas o dinheiro para pagar as aulas de ESL (English as a Second Language) em janeiro, levando em consideração os salários que eu ainda iria receber, é claro.
Bobagem.
Devido a uma mistura do que acredito ser o contraste da minha pobreza com o poder aquisitivo do americano médio, não consegui gastar. Porque ao meu bolso quase tudo continuava incomprável. Pois aquilo que estava razoavelmente barato era dispensável e o que era absurdamente barato era medonhamente demodé.
Para não dizer que não comprei nada, achei em uma das tantas lojas que entramos, lá na arara que tinha a placa de 90% de desconto, duas blusinhas básicas de verão por pouco menos de 3 dólares cada.
O que não permitiu que meu final de ano consumista não se resumisse em frustração foi a decisão de contrarias as forças malígnas do GPS e irmos para a delicatessen de produtos brasileiros - que não estava em promoção.
Achei lindo pagar 2 dólares por um pacotinho de polenta instantânea que nem de marca boa é. Foi mágico ver Maguary de maracujá. Quase me belisquei quando encontrei a tão sonhada farofa temperada. E o feijão carioquinha, então!? Hmmm...
Minha host que me desculpe, mas só de lembrar o que tem ali na minha sacola de compras, não sinto nem vontade de ir até a cozinha buscar a caçarola de vagem que ela fez para a janta. E olha que eu costumo adorar aquela caçarola.
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