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Destaque Quitandas e a volta aos tempos românticos Thiago Schwartz


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segunda-feira, agosto 31, 2009

Hare baba!

*Eduardo Daniel | www.twitter.com/eduardosdaniel

Gíria de novela. Poucas coisas me aborrecem mais do que gíria de novela. Pior, só gente discutindo novela, dando previsões dos próximos capítulos porque leu em alguma revista de fofoca.

Nada mais efêmero do que gíria de novela. Talvez mais pueril do que as próprias gírias, só mesmo as novelas. Algum noveleiro assíduo, lembra, por um acaso, sem ter que forçar os neurônios, qual o nome da última novela das oito e o seu enredo? Duvide-o-dó!

É o favor que a Rede Globo nós faz ao criar no Brasil a cultura amnética. Por um lado isto é bom. Assim varremos rapidinho o lixo para debaixo do tapete, que como diria Raul Seixas, “é supostamente Persa, pra alegria do ladrão”.

Ô xente my godi; me poupe Salgadinho; felomenal; muita calma nessa hora; eu vai colocar essa prédio na chom; catiguria; cada mergulho é um flash; é justo, é muito justo, é justíssimo; epa, epa, epa; eu quero nhanhar; maledeto e Jamanta não morreu, são alguns exemplos dos bordões relâmpagos que infestam os ambientes durantes os meses de uma novela global e somem com a gota de orvalho na folha exposta ao sol da manhã.

Aonde você vê alguém bradar uma gíria dessas, com a intenção de demarcar território identificando-se como membro da tribo dos noveleiros, se observa nitidamente que livros na cabeceira daquele telespectador (se existem), só se for de auto-ajuda (que ele, por sinal, precisaria, e muita!).

Gíria para mim, é aquela da infância. Assim como a música e os ídolos. Mas o que esperar de um país em o que é sucesso hoje é descartado assim que o novo aparece? E o novo consegue ser pior que o velho, sucessivamente.

Já tivemos o forró-universitário, o pagode-universitário e agora o sertanejo-universitário. Bom seria se o conteúdo dos dramas-melacueca destes cantores tivessem uma profundidade e originalidade poética que merecesse a alcunha.

Mas tudo bem, assim como a maioria dos tele-noveleiros esqueceram em quem votaram nas últimas eleições, as, para mim, repugnantes gírias indianas também serão jogadas ao vento e queimarão no mármore do inferno. To certo, ou to errado?

4 comentários:

Ronaldo Santos disse...

A Globo vai transformar o Brasil num imenso Rio de Janeiro, com suas gírias, seus costumes, seus hábitos e suas mazelas.
De um país culturalmente diverso, vai sobrar uma nação igual, sem graça, sem regionalidade.

sabrina disse...

Aff... nem vou comentar... novela é tudo de bom...

Raph4 disse...

Estes dias me peguei pensando nisso... as pessoas me aparecem com gírias de novelas e até da Zorra (!!!), eu fico olhando, com cara de curioso, por várias vezes eu realmente não entendo do que se trata e certamente não me sinto pior por isso. Acho muito vazia, uma pessoa que, sem capacidade de criar nada, precisa imitar uma novela (escrota) que retrata (mal) uma cultura (a indiana - muito escrota).

Preco disse...

A cultura indiana é um caso a parte... Gandhi fez tanta questão de preservar as raízes contra o British Empire, e hoje em dia parece que isso não existe mais.

É a Mequidonaldização do oriente, causando estragos tão visíveis que chegam a saltar aos olhos.

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Colaboradores Ana Carla Teixeira, Anderson Paes, Camila Rufine, Carlos Karan, Deyse Zarichta, Eduardo Daniel, Emanuela Silva, Emanuelle Querino,
Emmanuel Carvalho, Fabiano Bordignon, Fabrício Espíndola, Francine de Mattos, Gabriel Guedes, Germaá Oliveira, Guilherme Marcon, Isabel Cunha, Kellen Baesso, Manuela Prá, Patrícia Martins, Thiago Antunes, Thiago Schwartz, Tiago Tavares, Valter Ziantoni,Van Luchiari, Vanessa Feltrin, Vitor S. Castelo Branco, Viviany Pfleger

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