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segunda-feira, julho 20, 2009

Os 40 anos do grande passo

*Eduardo Daniel | www.twitter.com/eduardosdaniel



Fascinado e com os olhos faiscando de curiosidade, deleito-me com uma edição histórica da Revista Manchete de agosto de 1969 em minhas mãos. Neste exemplar raríssimo, mais de 120 páginas – com direito a encarte com um mapa do nosso satélite natural – sobre a chegada do homem à Lua.

Com o título “O homem conquista o espaço” e uma linda fotografia do módulo lunar com os astronautas Neil Alden Armstrong e Edwin Eugene Aldrin “Buzz” deixando o satélite natural da Terra, tirada por Michael Collins, que orbitou a Lua, com a metade iluminada do nosso planeta ao fundo, esta belíssima revista é uma explicação certeira do porque de meu encantamento por este assunto.

Foi meu avô, caminhoneiro, quem trouxe esta revista de uma viagem à São Paulo e a deu a meu pai, então com 18 anos. O velho a conversou e passou a mim o legado desta Manchete, que deixei para tirar da estante, exatamente hoje, 20 de julho de 2009, para relê-la, guardá-la novamente e conservá-la para meu guri.

Se meu filho um dia for astronauta, a sementinha foi plantada há 40 anos, por Armstrong, Aldrin, Collins, Antonio Castelan Daniel (meu avô) e Hugo Favarin Daniel (meu pai).

Com fotos riquíssimas desconhecidas do grande público, a revista aborda todos os detalhes da missão da Apollo 11 em solo lunar. A Manchete histórica traz também breves biografias dos astronautas.

São detalhes e cuidados que os céticos deveriam ter ao duvidar que o homem realmente esteve lá. Eu, tentado pela rebeldia exacerbada e o comunismo latente em minha juventude, também desacreditei tal feito.

Foram necessários alguns anos de amadurecimento e aprofundamento para rever meus conceitos. Nestes quarenta anos desta conquista pelos “inimigos” dos esquerdistas (assim como eu) várias feridas foram remexidas e o sangue voltou a escorrer. As cicatrizes estavam apenas na casca.

Mas, companheiros e companheiras, se a grande pátria mãe União Soviética deu-se por convencida do sucesso estadunidense, por que seguir com estas teorias conspiracionistas quatro décadas depois?

O que poucos sabem é que os três astronautas que fizeram parte da Apollo 11 disputaram para ser o primeiro homem a pisarem na Lua. Sabiam que toda a glória ficaria – e ficou – para aquele nome. Dos três, coube a Michael Collins a dura missão de ver tudo do alto, na órbita do astro, no aguardo do retorno dos companheiros Armstrong e Aldrin “Buzz”.

Este segundo, alias, com uma personalidade muito particular. Antes de se tornar tripulante do comandante Armstrong, meteu-se em problemas com vários astronautas. Tinha a certeza de que seria ele o “primeiro homem”, pois contava a seu favor o recorde de operações fora das naves na órbita da terra.

Foi o comportamento comedido de Armstrong que lhe deu esta honraria

Eu pergunto para quem já assistiu ou leu algo de sério sobre o assunto: alguém como Aldrin “Buzz” ficaria calado com uma mentira desta envergadura?

Só a idade vai nos dar amadurecimento suficiente para vermos que os questionamentos céticos tem muito mais fundamentos políticos do que científicos e que se fossem os soviéticos a pousarem na Lua, os capitalistas até hoje duvidariam do feito.

A política, assim como a religião, sempre atravanca a ciência.

Os próprios russos, um dia antes dos americanos pousarem na Lua, tentaram alunissar uma sonda, sem sucesso. O equipamento espatifou-se em solo lunar. Com esta missão em andamento, por motivos de segurança. russos e americanos trocaram informações constantes sobre a localização de suas espaçonaves, tendo inclusive, acessos dos áudios uns dos outros.

Não seriam os soviéticos os primeiros a dispararem contra esta provável farsa norte americana?

Por sinal, os russos também conseguiram, em missões não tripuladas, recolherem alguns quilos de material lunar e cientistas de todo o mundo puderam examinar o material recolhido pelos americanos. Os soviéticos com toda a certeza compararam as amostras.

Outro senão é a tecnologia cinematográfica da época. Especialistas de credibilidade dão a certeza de que era muito mais fácil realmente ter ido à Lua do que ter encenado tudo.

Por sinal, como manter uma mentira entre tantos, se um “segredo entre dois, só matando um?”. Uma operação de tamanha envergadura como esta envolve centenas de milhares de técnicos.

Os céticos também apontam como prova irrefutável da farsa o fato de que hoje poderiam voltar à Lua, mas não o fazem por falta de tecnologia. E o contexto histórico nestas observações onde está?

No meio da Guerra Fria e da corrida espacial valia passar por cima da segurança dos astronautas, hoje seria inaceitável embarcar homens sem as mínimas garantias de sucesso. Em todas as missões Apollo (depois da 11 até a 17 apenas a 13 não pousou na Lua) todas apresentaram problemas, dos mais leves aos mais graves.

Em tempo: ainda não se definiu bem a utilidade de ir até a Lua, embora na mesma Manchete há relatos sobre minérios que não existem na Terra. Na Guerra Fria, a ação foi mais uma demonstração de grandeza e uma reposta aos russos que levaram o cosmonauta Yuri Gagarin, a ser o primeiro homo sapiens a orbitar a Terra.

Curiosamente, os mesmos que duvidam da chegada do homem à Lua não desacreditam que Gagarin realmente viu a Terra com seus próprios olhos e comprovou: “é azul”.

Se partirmos do principio das grandes mentiras da humanidade, então os que não acreditam na chegada do homem à Lua precisam rever seus conceitos em relação ao Holocausto. Tenho a absoluta certeza de que ele aconteceu, mas quem encontra provas nas fotos da Nasa também pode encontrar nas alegações dos nazistas indícios de que o extermínio em massa dos Judeus foi uma fraude.

E se a missão da Apollo 11 foi uma farsa, como querem nos fazer crer os céticos, por que os americanos não forjam tudo de novo, com muito mais recurso cinematográfico e mostram ao vivo e em cores para todo o planeta, novos astronautas recuperando a bandeira e os objetos (entre eles espelhos utilizados por cientistas de todos os países até os dias atuais)?

Os céticos, em sua maioria de uma geração pós 69, pedem a volta do homem à Lua para tirarem suas dúvidas. Vale ressaltar que depois dos dois primeiros homens a pisar em solo lunar, mais dez tiveram este privilégio. Assim como eu, no fundo, acho que sentimos um pingo de inveja daqueles dias e a vontade de revermos esta odisséia fazendo parte dela é impagável.

Penso e não chego a uma conclusão: e se o homem voltar à Lua hoje, enfim acreditaríamos?

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CONTATO
Colaboradores Ana Carla Teixeira, Anderson Paes, Camila Rufine, Carlos Karan, Deyse Zarichta, Eduardo Daniel, Emanuela Silva, Emanuelle Querino,
Emmanuel Carvalho, Fabiano Bordignon, Fabrício Espíndola, Francine de Mattos, Gabriel Guedes, Germaá Oliveira, Guilherme Marcon, Isabel Cunha, Kellen Baesso, Manuela Prá, Patrícia Martins, Thiago Antunes, Thiago Schwartz, Tiago Tavares, Valter Ziantoni,Van Luchiari, Vanessa Feltrin, Vitor S. Castelo Branco, Viviany Pfleger

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