Eduardo Daniel | www.twitter.com/eduardosdaniel
Arrastar os chinelos sem compromisso pela casa
Respirar fundo
Abrir a janela numa manhã ensolarada
Acordar mais cedo
Adestrar o cão com paciência
A vida se resume a uma sala fechada
A ver a dor rumar a outra querência
Um verso de um poeminha do Quintana
Uma quinta ou outro dia qualquer da semana
O limo crescendo na calçada
A ferrugem devagar até que não reste mais nada
A rima pobre e desgraçada
Como a sorte que larga o animal morto à beira da estrada
O andarilho que nas costas carrega sua casa
E a morte alada que se assanha batendo suas asas
Geração pós-geração até ver a casa abandonada
Dos muitos até restarem quase nada
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