*Kellen Baesso | www.twitter.com/kellenbaesso
Tornar-se mãe muda completamente uma mulher, na maioria das vezes. Aquele pequeno ser promove as mudanças mais radicais, afinal, é na mãe que ele vai se espelhar e dela devem vir os exemplos a serem seguidos. Seria perfeito se todas as mulheres que geram uma criança tivessem esse senso de responsabilidade e sentissem o poder desse amor que tudo transforma. Mas nem sempre é assim.
Assisti o tão premiado e comentado filme “Preciosa – Uma história de esperança”. Fiquei agoniada o filme todo. A produção retrata uma mãe, na verdade mostra várias mães, mas é sobre a mãe da personagem principal, Precious, que quero “falar”. Ela é o exemplo de mulher amarga, que culpa a filha por todos os seus problemas, quando ela não deu o exemplo e não se impôs. Ataca a filha continuamente, com todos os objetos que têm em mãos, até mesmo uma televisão, abusa da filha de todas as formas que consegue, não procura emprego e mente regularmente para a assistente social para obter dinheiro.
Já a filha, Precious, tem apenas 16 anos e passa pela sua segunda gestação. Pobre, ignorante (em todos os anos na escola não aprendeu a ler) e quase sem esperanças em uma vida marcada por muita dor e sofrimento, vê na atitude da diretora de sua escola um caminho a seguir. Com o apoio da nova professora e colegas em uma escola alternativa, Precious se refugia de seus traumas com a ajuda de sua imaginação. O destino, se é que se pode culpá-lo, nunca foi bom com a garota. Desde criança Precious sofre com a violência e abusos de seu próprio pai, muitas vezes sob os olhares de sua mãe, que a culpa por ter roubado seu homem, quando deveria tirar aquele ser repugnante de cima da filha. Os dois filhos de Precious são de seu pai, a primeira nasceu com Síndrome de Down e é chamada de “Mongo”, diminutivo de Mongolóide. O pai no fim ainda deixa um outro “presente” digno de um monstro para a filha, o vírus HIV.
Mesmo com todas as pedras no caminho, a garota se toca que apenas ela pode mudar o rumo da sua vida. Com os dois filhos no colo segue, longe de sua mãe, para ser um exemplo melhor que o que teve para seus próprios filhos.
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