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quarta-feira, novembro 18, 2009

Queridos, encolhi o pijama

*Camila Rufine | www.twitter.com/camilarufine

Logo nas primeiras semanas aqui levei um susto ao recolocar um jeans. Estava apertando em todos os lugares possíveis. Maldito Subway, Mc Donald's, Pizza Hut, Dunkin Donnuts ou seja lá qual for a franquia que vende comida barata e deliciosamente calórica. Não podia ser possível que um lanchinho no sábado, após tanta andança pelo centro de Chicago e pelo Millenium Park (programação repetida durante uns 4 sábados consecutivos), fizesse tanto estrago em tão pouco tempo.

Comentei com tristeza o fato para uma menina que mora aqui há mais tempo. Ela, por sabedoria ou dó, disse que era pra eu ficar tranquila, pois a calça poderia ter encolhido na secadora de roupas, já que com as dela sempre acontecia isso. Para quem não sabe, aqui nos Estados Unidos não existe varal, roupa secando no gramado. Não que eu saiba. Talvez nos bairros pobres. Ou só nos filmes campestres. Mas ate onde eu sei, na vida real aqui as roupas sao jogadas na maquina todas misturadas e depois jogadas na secadora. E ponto. A propósito, passar roupa também não precisa.

Desculpa de gorda preguiçosa ou não, coincidiu de aquela calça realmente ser a única que eu já tinha lavado e secado no American Way. Ufa! Espalhei a notícia para todas au pairs que eu conheço aqui e comecei a evitar de secar as roupas mais justas na máquina, dando um jeito de estendê-las pelo quarto em algum lugar escondido, para não ficar parecendo um cortiço indoor, e sempre culpando a secadora pelos reajustes que eu vinha sentindo nas pecas mais largas.

Hoje fiz a minha laundry (maneira mais legal de dizer que lavei a roupa suja) decidida que essa história de encolher roupa seria apenas lenda e que eu teria que me conformar por ter ganhado umas libras. Joguei todas as roupas direto na secadora. Peguei todas as roupas na máquina e separei o pijama que iria colocar após tomar banho. Quando vesti meu pijama de pinguim de todo santo dia, senti uma vertigem. Ele estava curto nas pernas, justo no corpo, curto na barriga e as mangas, que eram longas, estavam quase nos cotovelos. Me senti a Alice depois do pedaço errado de cogumelo.

Quero só ver amanhã quando for colocar as roupas que uso para trabalhar. Calça de agasalho que virou capri, cacharrel-bolero, moletom-babylook... preciso começar a reforçar o controle nas calorias e arranjar umas pílulas de nanicolina se não quiser ficar magra de bolso. Não quero gastar meu salário com roupas de trabalho extra-grandes que terei que doar quando eu voltar para o Brasil. Preciso poupar dólares para encher minhas malas com um estoque bem grande de importados que tentarei revender pelo dobro do preço para meus amigos consumistas.

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Colaboradores Ana Carla Teixeira, Anderson Paes, Camila Rufine, Carlos Karan, Deyse Zarichta, Eduardo Daniel, Emanuela Silva, Emanuelle Querino,
Emmanuel Carvalho, Fabiano Bordignon, Fabrício Espíndola, Francine de Mattos, Gabriel Guedes, Germaá Oliveira, Guilherme Marcon, Isabel Cunha, Kellen Baesso, Manuela Prá, Patrícia Martins, Thiago Antunes, Thiago Schwartz, Tiago Tavares, Valter Ziantoni,Van Luchiari, Vanessa Feltrin, Vitor S. Castelo Branco, Viviany Pfleger

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