*Francine de Mattos | www.twitter.com/fotografe
O fotojornalismo é capaz de nos colocar em situações difíceis muitas vezes, dramas que fotógrafos como Kevin Carter e Tiago Brandão já viveram e foram duramente criticados por fazerem fotos de situações complicadas em vez de oferecer ajuda.
É nessas horas que nos surge uma grande dúvida,fotografar ou ajudar? A reposta pode parecer simples, mas existem vários fatores envolvidos. No filme Fomos Heróis (We Were Soldiers, 2002) aonde o fotógrafo Joe Gallowar (Barry Pepper) concluiu que a melhor maneira de ajudar seus colegas de combate era registrando o seu sofrimento e perdas para que seu sacrifício não fosse esquecido. Essa é uma vertente do trabalho jornalístico fotográfico.
Uma situação citada pelo colunista do site Meio Bit (gilsonlorenti) me chamou atenção, conta ele que presenciou o atropelamento de uma criança. O garoto não sobreviveu ao acidente, tinha fugido dos pais e atravessado a avenida. Ele estava com a câmera na mão.
Qualquer imagem daquele acidente seria prato cheio aos jornais da região. Ele se perguntou qual seria o mérito daquela foto? Qual seria a compensação social daquela imagem para família da criança? Nenhuma! Seria apenas uma exploração visual para saciar a curiosidade mórbida do publico. Ele preferiu não utilizar aquela situação dolorosa para conseguir uma imagem impactante. Muitos criticaram por sua falta de senso de oportunidade, mas eu vejo como sinal de respeito.
No vídeo One Hundredth of a Second que está percorrendo blogs sobre fotografia e grupos de discussão pela internet. A mensagem é curta e direta, pois não existe resposta simples sobre a questão dos limites do fotojornalismo entre função social e exploração irresponsável da notícia. Mas, além disso, mostra que o fotógrafo não é um ser desprovido de emoções e que a carga psicológica desse trabalho é gigantesca.
As cenas são fortes, mas vale a pena ser assistido inteiramente. Mais do que o impacto visual, vale pela reflexão sobre essa profissão.
sexta-feira, novembro 13, 2009
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1 comentários:
O tema sempre rende horas de debate nas salas de aula... uma questão delicada :| Outro bom filme sobre o assunto é "Sob fogo cerrado".
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