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Destaque Quitandas e a volta aos tempos românticos Thiago Schwartz


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quarta-feira, agosto 12, 2009

Senta, que lá vem história

*Patrícia Martins | www.twitter.com/tihssia

Como é divertido cruzar fronteiras a pé! Que emoção a hora que atravessei o guichê da imigração da Ucrânia! Lógico que levou mais tempo do que o normal, três agentes, algumas conferidas no passaporte e algumas perguntas até me deixarem passar. Mas a imigração da Hungria foi mais divertida.

São 10 minutos de trem de Tchop a Zahony, e os agentes entram no trem com suas maquininhas de checar passaporte, e vão mandando as pessoas abrirem as malas e sacolas pra ver se não tem cigarros e vodkas a mais do que o permitido. O cara olhou meu passaporte, perguntou algo aos outros sobre passaporte brasileiro, e um menino que trabalhava com eles e falava inglês disse que não havia problema algum, eles só não estavam acostumados a ver brasileiros.

Entrei na estação de Zahony pra comprar minha passagem a Budapest. A passagem custava 4.280 forints, e em Tchop eu havia trocado 15 dólares por 3000 forints. E vocês acham que tinha alguém pra trocar na estação? O banco mais perto ficava a 2 km dali, o trem pra Budapest saía em 10 minutos, e o próximo trem era só às 23h (eram 17h40).

Fui ao restaurante, a lojinha e ao snack bar tentar trocar dólares pra poder comprar a passagem, mas ninguém quis. Húngaro é uma língua impossível de entender qualquer coisa. Segundo um polonês que conheci na ida a Kiev, é uma das línguas mais particulares, em que nem a palavra 'futebol' que é a mesma em muitas línguas, é assim em húngaro.

Eu estava com a minha cara de desesperada, e a moça que trabalhava no Snack Bar começou a falar coisas que não entendi, me pegou pelo braço, me levou ao trem, conversou com o rapaz no vagão e me mandou entrar. "Unbelievable! Super sweet!", minhas primeiras impressões na Hungria foram ótimas!

Para aqueles que são tímidos, nada melhor do que viajar sozinho e enfrentar um "pepino" atrás do outro pra desenvolver todos os skills imagináveis. Ou você morre na rua – não que eu seja tímida.

Quando a mulher chegou pra me cobrar o bilhete, expliquei a ela a situação, disse que pagaria o resto em Budapest, mostrei 100 dólares, e ela me disse que daria 14.000 forints pelos 100 dólares – pelo que eu entendi. Como não conseguíamos nos entender bem, fui às cabines do lado da minha, procurando alguém que falasse inglês. Vi um menino falando no celular, perguntei se ele sabia, ele fez cara de não muito, mas eu nem dei bola, fui entrando na cabine dele e falei que só precisava que ele traduzisse pra mim. Tadinho.

Chamei a mulher, e ela não queria aceitar receber o dinheiro em Budapest. Enquanto isso, o menino ligou para um amigo perguntando a cotação do dólar. Depois de alguns minutos de discussão ele tirou 1280 forints da carteira e disse que pagaria o resto da minha passagem. Fiquei super sem jeito, perguntei se ele não tinha o suficiente pra trocar 100 dólares, e acabamos fazendo assim. A mulher tirou a luz negra dela do bolso e analisou cada milímetro da nota.

Depois disso eu só queria paz e viagens tranquilas nos próximos dias. Eu merecia.

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Colaboradores Ana Carla Teixeira, Anderson Paes, Camila Rufine, Carlos Karan, Deyse Zarichta, Eduardo Daniel, Emanuela Silva, Emanuelle Querino,
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