*Manuela Prá | manuelapraa@gmail.com
Escrevo para agradecer pelo carinho e atenção a mim dedicados ao derrubar mais uma de minhas pautas.
A vida fácil que nós repórteres levamos, deve-se em muito a pessoas como você. É a sua consideração ao desmarcar três ou quatro minutos antes do horário combinado, seu dom de marcar conosco muito cedo, ou tão tarde a ponto de termos que fazer hora extra para preparar o material que conta com sua contribuição.
Claro que entendemos que você possui uma agenda própria, independente dos nossos compromissos, mas, assim como você, adoramos poder trabalhar.
Sim, por mais incrível que pareça, ser repórter, jornalista, radialista, “cara” da TV, do rádio ou do jornal – como queira –, é uma profissão. E precisamos de sua declaração.
Contribuir com uma matéria não é favor para nós, é exercer um direito cidadão. É esclarecer dúvidas, semear a justiça, incentivar o desenvolvimento, fazer rir, fazer chorar, alertar. Enfim, ajudar a melhorar, da forma que lhe cabe, o mundo em que vive.
O que peço pode levar entre cinco e dez minutos, e embora você não acredite nisso, o trabalho dos jornalistas ajuda a sociedade – e o mais importante, é um trabalho.
Então, caro amigo, da próxima vez que for simplesmente deixar de lado aquela nossa – antecipadamente marcada – entrevista, pense também que eu me preparo já há dias para fazer algumas perguntas. Que já agendei outras declarações para somar a sua, já conversei com meu chefe sobre ela e o principal, abri um espaço na edição que espera pela pauta – que depende de você.
Meu tempo para encontrar outro tema, outros entrevistados, preparar um material diferente é tão curto quanto o seu para estar de bom-humor novamente, para pentear o cabelo ou maquiar-se, para terminar aquele relatório incrível para amanhã e tantas outras desculpas.
Obrigada pela atenção, que desta vez você me deu.
Atenciosamente,
uma jornalista impedida de reportar a sua opinião – mas com direito a expressar a minha.
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